quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O REGRESSO DOS PINIPONS

Momento 1
O jornalista Mário Crespo escreve coisas e diz coisas que maçam os governantes.
.
Momento 2
O jornalista Mário Crespo diz que o primeiro-ministro Sócrates, acompanhado por dois destacados serventuários, chateou um responsável da SIC num restaurante dizendo que ele, Crespo, não está bom da cabeça e é um problema. José Lello vem agora dizer que Crespo está num estado psicótico. Deve, ao que suponho, ser uma visão oficial do "problema".
.
Momento 3
O Jornal de Notícias não publica uma crónica de Mário Crespo e este bate com a porta.
.
Momento 4
Nuno Santos, o homem da SIC, vem agora dizer que "a conversa não se passou da forma como é descrita". Se não fôr demasiada maçada convirá que alguém explique o que, de facto, se passou.
.
Momento 5
Punch-line: o ministro Silva Pereira considera que este tipo de revelações remete para «o tempo da ditadura». Nem mais, caro ministro!
.
Conclusão (minha):
Temos os governantes que merecemos ter. Têm a falta de estatura que têm. São os pinipons a que temos direito.
.

8 comentários:

Fátima disse...

E no meio de tudo isto, ainda há gente convencida de que vivemos em democracia.
Mais do que um país tristes, somos uma tristeza de país.
Para mais, estes já nem devem ser os pinipons originais. Devem ser daqueles que se vendem nas lojas de chineses a um euro e meio.

Curioso disse...

Bem, mas o que mais parece óbvio é que o Mário deu um tiro no pé... Denunciar por ouvir contar alguém que ouviu uma conversa de alguém num restaurante... Parece-me um pouco fora do normal, até para uma ditadura!

Anónimo disse...

Bem me parecia que o dinheiro que deixei, este fim-de-semana, numa Feira do Livro não seria esbanjado em vão - quanto mais não fosse para desmisticar o conceito de que nós as "loiras" não conseguimos distinguir um livro de um verniz para as unhas...
Tudo isto para dizer que, no meio da indecisão entre comprar um estojo de maquilhagem ou uma pilha de livros para atear incêndios, acabei por trazer nesta segunda opção, um livro com uma capa ilustrada por uma máscara branca e uns lábios excessivamente maquilhados, do autor Émile Faguet e denominado o "Culto da Incompetência".
Resumidamente apresenta-se assim: "Defendemos mais democracia. Reinvindicamos maior eficácia legislativa e judicial. Criticamos os políticos e o sistema. Apontamos-lhes a incompetência e a falta de valores de excelência mas...na verdade, não são mais do que o espelho de quem os elege e legítima à sua imagem e semelhança".

A conclusão não andará muito longe daquela que foi deixada no texto.

Mas tudo se torna, verdadeiramente inquietante e desmotivante, quando pensamos que o referido livro foi escrito há mais de 100 anos.
Teremos sempre os palhaços a legitimar os outros palhaços...?
Teremos sempre Mários Crespos com melhores ou piores intenções...?
Quando chegar ao final do livro, espero não concluir que precisamos ainda de muitos séculos, para sair deste culto da incompetência que se "propaga como uma nódoa de azeite..."


BB

Anónimo disse...

... eu acho que o Crespo caiu numa armadilha ... aquilo foi preparado ... aliás o Nuno Santos é conhecido no metier pelo Jovem Turco, aquele que à sorrelfa trai os amigos para subir ...
... curiosamente são casos a mais com jornalistas indesejáveis ...

... apetece-me plagiar o Herman José e perguntar:
" ó poeta Alegre, onde é que andavas no 2º governo do Sócrates?

JF disse...

Vivemos numa ditadura disfarçada. Se o 25 de abril não tivesse tido só cravos e os ditadores da altura tivessem sido punidos como aconteceu em outros paises serviam de exemplo para os pinipons de agora, assim às custas do 25 de abril foram passar férias para o brasil e os que entraram estão hoje bem na vida como todos nós sabemos.

Dulcineia disse...

Desculpem la, sera possivel explicar a quem vive fora do rectângulo luso o que sao os Pinipons ?

Santiago Macias disse...

São aqueles micro-bonequinhos...

anamarafada disse...

chuift! Eu até achava os pinipons amorosos! :(