quarta-feira, 21 de julho de 2010

MÉRIDA - III: MUSEO NACIONAL DE ARTE ROMANO

A primeira impressão que o museu me causou foi de uma certa frieza. Algo entre o inóspito e o fora de escala. Uma apreciação mais que apressada e mais que injusta. A grandiosidade da arte romana precisa de edifícios com aquela escala. E a riqueza do passado da antiga capital da Lusitânia precisa de um museu com aquele espaço.
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O projecto de Rafael Moneo (n. 1937) levou cinco anos a ser concretizado, até à inauguração, em 1986. Tenho visitado o local com regularidade, tirando partido das mudanças de luz ao longo do dia e segundo as diferentes estações do ano. Posso dizer que a sua arquitectura primeiro estranha-se, depois entranha-se.
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O uso intensivo do tijolo no MNAR leva-me a contar uma pequena história: quando se preparava uma determinada exposição o responsável pela museografia, ao querer justificar a opção dos plintos em tijolo a partir do exemplo colhido numa das secções do Musée de Cluny, teve um delicioso lapsus linguæ ao dizer de forma enfática é das melhores coisas que vemos em Clichy. Aquilo que se vê em Clichy não é lá grande coisa, mas fiquei sempre com a suspeita que o museógrafo não andara apenas por Cluny...
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Site do Museu Nacional de Arte Romano: http://museoarteromano.mcu.es/

1 comentário:

Dulcineia disse...

Naughty, naughty boy ;)