quinta-feira, 12 de maio de 2011

A ECONOMIA NUM JEITO DE FAZER INVEJA AO MRPP

Eduardo Catroga tem aquele ar afável e de Avô Cantigas. Foi Ministro das Finaças de Cavaco e não tem assim grande queda para as cenas da política. Ontem, saltou-lhe a tampa e teve esta frase em direto no jornal da meia-noite da SIC: "em vez de andarem a discutir as grandes questões que podem mudar Portugal andam [os jornalistas] a discutir, passe a expressão, pintelhos".


O clamor é imenso, marcado por uma enorme hipocrisia, sobre a linguagem excessiva de Catroga. Deve um político usar o vernáculo? Talvez não deva. Catroga tem razão? Tem. Basta ver a enorme vaga de notícias inúteis que assola os telejornais e a imprensa tablóide para se perceber até que ponto Catroga tem razão. As pessoas perceberam onde Catroga queria chegar? Perceberam, sem dúvida. Isso é um ponto (dos poucos) a seu favor.


Catroga deve ter atirado de pantanas as suas já remotas possibilidades de vir a ser Ministro das Finanças. Os puristas que me desculpem, mas no seu desbragado estilo meridional, Catroga não deixa de ter um pouco (só um pouco) da minha simpatia.




Só uma coisa me intriga. O que levará pessoas tão calmas e cordiais (Pinho, Catroga...) a reagirem neste estilo. Será da profissão?

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro Santiago
Este catroga só revelou, na sua pesporrência,que acha que a ele tudo lhe é permitido como aos de casta superior.É um belo exemplar do cavaquismo, dos que acham que é preciso haver regras, e muitas, para os outros, mas que eles, como seres superiores, podem ignorá-las, sendo que até lhes fica bem fazê-lo, com o que mostram à canalha o seu estatuto. E há quem goste, e muito, deles...
MB

Santiago Macias disse...

"só revelou, na sua pesporrência,que acha que a ele tudo lhe é permitido como aos de casta superior.É um belo exemplar do cavaquismo, dos que acham que é preciso haver regras, e muitas, para os outros, mas que eles, como seres superiores, podem ignorá-las, sendo que até lhes fica bem fazê-lo, com o que mostram à canalha o seu estatuto"

Tem razão, não posso deixar de reconhecer.