terça-feira, 4 de outubro de 2011

PRAXES

Já agora que se fala em "academia", registei com agrado o facto de nenhum dos alunos aparecer vestido de luto (acho que a designação é "capa"...) às aulas. Tenho as capas como objetos um tanto pirosos, sobretudo quando cheias de uns cromos coloridos. Mais não são que uma forma de distinguir os drs. dos não-drs...

Pior que o luto só as praxes, obsceno ritual de humilhação. Tive, durante um jantar em Coimbra, uma curiosa discussão com um jovem que insistia na utilidade da praxe como forma de as pessoas se conhecerem. Palavra de honra que acabei não entendendo as razões exatas. Sobretudo numa altura em que há menos alunos no Superior. Quando entrei para Letras, há 30 anos, éramos 240 em História. Conheci os que queria e os que não queria. Sem precisar de andar a miar de gatas à porta da Faculdade, de cara pintada ou a cantar músicas infantis às ordens de um imbecil qualquer que se acha "veterano".

Não sei se deu para entender, mas tenho um ódio profundo às praxes.


3 comentários:

Curioso disse...

SM,nunca fui estudante de luto ou de capa mas não sou contra essa tradição. É como outra qualquer que obriga as noivas a irem de branco para a igreja ou o usar gravata em reuniões importantes. Tem piada no sentido e na ocasião!

Praxes? E porque não?? Qual o mal?? Há exageros? Com certeza e sou contra os exageros, sejam em praxes ou sejam noutros rituais!

Talvez quem viveu ou vive a vida de estudante em Lisboa tenha dificuldade em compreender essas tradições mas parece-me que estão muito enraizadas em terras mais familiares (Coimbra, Évora, Porto, etc).

Mas, SM, cada um com a sua opinião...

Anónimo disse...

Em Lisboa lá para os fins dos anos de 70 e princípios de 80, as praxes eram coisa proibida.E ainda bem.Nunca entendi lá muito bem andar com um capa preta;isso de capa preta era veste religiosa que não pegava no espírito da época.Na minha terra, em Moura, quem andava de capa preta era um deficiente mental a quem apelidavam de "Cidadão".

Santiago Macias disse...

Duas notas:
1. Não tenho ideia que as praxes estivessem proibidas, só que não faziam parte dos hábitos da academia lisboeta;
2. O "Cidadão" não era diminuído mental, mas sim uma pessoa que sofreu algum tipo de perturbação, creio que depois de uma estada em Macau.