sábado, 19 de novembro de 2011

PARES VII: NATÁLIA DE ANDRADE E FLORENCE FOSTER JENKINS

Terminemos em apoteose, e ao sétimo par, esta série de posts. Referia, há dias, que há certas caraterísticas que fazem parte da maneira de ser dos mediterrânicos. Junte-se-lhe uma certa crueldade histriónica que não é, bem sei, exclusivo desta área geográfica.

Conta-se que Marinetti convidou um grupo amador a representar num dos mais prestigiados teatros de Milão, tendo depois mandado encerar o palco com tanto afinco que os pobres atores levavam mais tempo a escorregar e a cair que a representar. Este convite que Júlio Isidro fez à "soprano lírico-dramática" Natália de Andrade para que atuasse no seu programa dominical não lhe fica atrás...

Tenho um verdadeiro fascínio por este registo, datado do anos 80. Uma colega acabou, anos mais tarde, por me oferecer os dois LP de Natália de Andrade. Conservo-os como autênticas relíquias.

Não posso deixar de notar que:
1) Natália de Andrade "canta" Di tale amor, do 1º ato de Il trovatore, de Giuseppe Verdi. Na realidade, o que Leonora repete é per esso morirò e não per esso vivro, título que surge na peça televisiva;
2) Shegundo Galarza consegue ficar britanicamente impávido;
3) A encenação dos confettis é um verdadeiro achado.

Porquê pares? Porque Natália de Andrade tinha uma rival do outro lado do oceano: Florence Foster Jenkins, especialista em massacrar tanto Mozart como Strauss.

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