segunda-feira, 14 de maio de 2012

DECÁLOGO FEIRAL - IV: O'NEILL



Quarta modalidade: os colóquios.


Houve muitos colóquios, encontros e debates. Com temas diversificados. E em diferentes sítios.

Serei seguramente parcial, mas todo o sentido do que se quis fazer, em termos de diferença, nesta feira pode traduzir-se no encontro de sexta-feira à tarde. No colóquio Azeites, modos de ver e de sentir, houve abordagens que passaram pela literatura, pela pintura e pela publicidade. O título, já agora, fui buscá-lo ao conhecido livro de John Berger Ways of seeing.

José Quitério leu este poema. É de Alexandre O'Neill. Só podia ser de O'Neill:

A uma oliveira

Muito antes de Os Lusíadas diz-se que já aqui estavas.

Pré-camoniana,
sazão a sazão,
foste varejada séculos a fio.

O pinho viajou.
Tu ficaste.

Ao som bárbaro de um rádio de pilhas,
desdobram toalhas
na tua sombra rala.

1 comentário:

Dulcineia disse...

« Le poème, cette hésitation prolongée entre le son et le sens. »

Paul Valéry