quarta-feira, 19 de setembro de 2012

ARTE ISLÂMICA - 2/10


É uma das mais invulgares peças de arte islâmica. Não é só pela figuração, mas pelo facto das representações conterem temas eróticos. Esta braseira provém do palácio de al-Fudayn e encontra-se hoje no Museu Arqueológico de Amã. Data do século VIII. Uma época em que os califas dedicavam boa parte do tempo entregues aos prazeres da vida. São conhecidos os hábitos de libertinagem de al-Walid II, que tinha uma piscina cheia de vinho. Não recordo agora se era este califa o que mergulhava na piscina completamente nu, convidando depois os músicos e as dançarinas que tinham estado a atuar a juntarem-se-lhe. Daí que a braseira deva ser entendida no contexto da sociedade em que foi usada.

Ver mais informação em:
http://www.discoverislamicart.org/database_item.php?id=object;ISL;jo;Mus01;6;en


A minha alma adora-te mesmo se a torturas
e uma alegria a excita para ir ao teu encontro.

É estranho que a nossa ligação se torne impossível
quando os nossos desejos concordavam.

Que desejaria pois meu coração
quando te procurou sem poder obter-te
quando os meus olhos te quiseram e te viram?

Como eu desejo que não esteja presente o raquib
quando nos encontrarmos
e assim obterei o favor de me dessedentar
na deliciosa fonte dos teus lábios purpurinos.

O poema intitula-se À cantora Tarab e foi escrito por Ibn Ammar no século XI. O raquib era o dono da cantora. A versão que aqui se apresenta é a de António Borges Coelho em "Portugal na Espanha Árabe".

2 comentários:

Curioso disse...

Só nam percebo é adonde se metem as brasas nesta braseira...

Lucrecia disse...

Está em minha coleção do avenida.
As pessoas seus sentimentos e manias parecem que não mudaram muito,desde o séc VII. Afinal, o tempo é uma ilusão, alguém já disse.