sábado, 29 de setembro de 2012

TERREIRO DO POVO


Foi um dia diferente e com coisas um bocadinho engraçadas. Notas estritamente pessoais:

1. Logo às 9 da manhã, João Proença dizia que não ía participar na manifestação porque não tinha sido convidado. "Ó diabo", pensei, "será que posso ir?". No fundo, ninguém me tinha convidado. Habituado ao sindicalismo em slalom de João Proença, não estranhei. Ainda há dois dias o vi subscrever um documento - o do Impulso Jovem -, no qual não acredita. Ora porra, então se não acredita porque o subscreve?

2. O Terreiro do Paço estava cheio, mesmo cheio, e as ruas em volta também. Largos minutos depois de Arménio Carlos ter concluído a sua intervenção a cauda da manif ainda vinha na Rua do Ouro.

3. Para os que se preocupam com aqueles cálculos marados do 3-pessoas-por-m2, 5-pessoas-por-m2, posso garantir que o sítio mais concorrido era o da bicha das imperiais. Uma massa compacta.

4. O discurso de Arménio Carlos foi um bocadinho peixe-espada. Menos uns 15/20 minutos e teria sido ótimo. Ainda assim, teve um momento de animação, quando disse que estava contra isto e conta aquilo e "contra a CGTP". Eu reparei e um senhor que estava atrás de mim, de chapelinho branco, óculos escuros e toque à gangster dos anos 30, também.

5. Cantei o "Grândola, vila morena" e a "Internacional" sem me enganar.

6. À saída cruzei-me com a inacreditável Ana Benavente e resisti a dar-lhe um calduço.

7. Valeu a pena esta jornada em Lisboa. A CGTP marcou pontos, a Esquerda mostrou que está presente. Tirar ilações é fácil e é bom que quem está nos tapetes fofos das chancelarias perceba uma coisa óbvia: as pessoas estão fartas e já não aguentam mais. Por mais que os super-especialistas, como António Borges, insistam que é o sol que gira em volta da Terra.

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