domingo, 9 de junho de 2013

LARANJA

Depois do vermelho, o laranja. Percorrendo o arco-íris.


Laranjeira

São as laranjas brasas que mostram sobre os ramos
as suas cores vivas
ou rostos que assomam
entre as verdes cortinas dos palanquins?

São os ramos que se balouçam ou formas delicadas
por cujo amor sofro o que sofro?

Vejo a laranjeira que nos mostra os seus frutos:
parecm lágrimas coloridas de vermelho
pelos tormentos do amor.

Estão congeladas mas se fundissem seriam vinho.
Mãos mágicas moldaram a terra para as formar.

São como bolas de cornalina em ramos de topázio
e na mão do zéfiro há martelos para as golpear.

Umas vezes beijamos os frutos
outras cheiramos o seu olor
e assim são alternadamente
rostos de donzela ou pomos de perfume.

O poema é do escalabitano Ibn Sara, aqui numa inspirada versão de António Borges Coelho. Nu aux oranges é uma litografia de Henri Matisse. Os traços mais simples são sempre os mais belos.

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