terça-feira, 19 de maio de 2015

FLORES NAS JANELAS

Tenho uma amiga que comenta, sempre, o meu hábito de me apaixonar perdidamente por todos os sítios por onde passo. Todos, mesmo todos, até por Bamaco e por Bolama, dois sítios onde a palavra fácil foi banida do dicionário.

Há todos esses sítios e há Moura, onde há 51 anos procuro chegar a casa. Nenhum esforço me parece suficiente, e não é só da ação política que falo. Ao apreciar, há dias, o trabalho e dedicação da Comissão de Festas de Nossa Senhora do Carmo achei que era meu dever dar um sinal e um passo nesse sentido. Tive/tivémos (que no gesto fui acompanhado pelos colegas da vereação) a iniciativa de desafiar as trabalhadoras da autarquia a trazerem colchas para engalanarmos os edifícios da Praça (os Paços do Concelho, as antigas Finanças, o imóvel onde está a Divisão de Cultura, a Biblioteca...) durante a passagem da procissão. A ideia foi acolhida com entusiasmo. O entusiasmo estendeu-se à população. Foi unâmine? Não foi. Houve insinuações de "folclorismo", houve piadas ácidas e despeitadas, houve até discordâncias expressas, e ditas, porque a Câmara é uma instituição laica. Respeito/respeitamos todas as discordâncias, mas mantenho/mantemos a nossa intenção. Engalanaremos a Praça, tal como tentaremos, em cada momento, contribuir para puxar pelo orgulho da nossa terra. Sem limites nem concessões. 

Em jeito de conclusão posso, uma vez mais afirmar, que o meu agnosticismo pouco conta. Moura conta muito mais.


Tal como a lua, também o espírito é livre. Duas formas superiores de Arte: a fotografia de José Manuel Rodrigues para o Livro "Moura, crónica da Festa" (ed. 2001) e a poesia de Robert Frost.


The Freedom of the Moon

I've tried the new moon tilted in the air

Above a hazy tree-and-farmhouse cluster
As you might try a jewel in your hair.
I've tried it fine with little breadth of luster,
Alone, or in one ornament combining
With one first-water start almost shining.

I put it shining anywhere I please.

By walking slowly on some evening later,
I've pulled it from a crate of crooked trees,
And brought it over glossy water, greater,
And dropped it in, and seen the image wallow,
The color run, all sorts of wonder follow.

3 comentários:

Portugalredecouvertes disse...



:)

Anónimo disse...

Pois eu acho que foi uma excelente ideia!De certeza vai ficar muito bonito o efeito,de qualquer das maneiras em Moura é assim,se fosse em Serpa era muito melhor...!

Anónimo disse...

Muitos parabéns pela iniciativa Sr. Presidente.
Coisas pequenas fazem a diferença, e a falta de dinheiro não é desculpa, o que é preciso é boa vontade.
Quanto às críticas que recebeu, serão certamente de gente ignorante que não tem amor à sua terra e às suas tradições.
Quando falam que a câmara é uma instituição pagã, que não é, como muito laica, a Festa de Nossa Senhora do Carmo, é uma festa católica, com vertente laica, em que toda a gente é beneficiada, independentemente das suas convicções de fé, pois como se sabe as festas contribuem para o desenvolvimento das terras (comercio, turismo....)