segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

TODO O PIROPO SERÁ CASTIGADO (EDITADO)

Agora é crime. Já aqui tinha falado no assunto. Depois de várias ameaças, o piropo é crime. No afã de tudo legislar, criam-se normas e mais normas. Ainda não li, mas lerei, o diploma legal. Tenho curiosidade em saber como se definem os limites do assédio. E quando o assédio é sem palavras? Também legislaram isso?

Anita Ekberg no filme La dolce vita

Texto enviado pelo meu amigo Joaquim Oliveira Caetano, via facebook:

"Em 81 disse à Dr.ª Manuela Brazette, psiquiatra, "Eu sou feia". Ela disse-me "Não é ser feia. Não há pessoas feias. Não tem é atractivos sexuais". Lembrei-me então do homem que em 74, tinha eu 14 anos, se cruzou comigo no Arco do Cego. Lembrei-me do homem, da cara do homem vagamente, mas lembrei-me muito bem do que ele me tinha dito ao passar por mim. Tinha-me dito "Lambia-te esse peitinho todo". Lembrei-me também da meia-dúzia de outros homens que durante a minha adolescência me tinham dito quando eu passava "Coisinha boa" e "Borrachinho". Ainda hoje me sinto profundamente agradecida a esses homens. Pensei que estavam a avacalhar, que eram uns porcalhões. Mas quem estava a avacalhar era a Dr.ª Manuela Brazette, ela é que é uma porcalhona. Acho que um homem nunca consegue ser mau para uma mulher como outra mulher."

(Adilia Lopes, Irmã barata, irmã batata. Braga/Coimbra: Angelus Novus, 2000. p. 12)

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