quinta-feira, 15 de setembro de 2016

PERIVOLIA RAIANO

O convite do Ayuntamiento de Badajoz para estar presente na abertura da FECIEX (Feria de la Caza, Pesca y Naturaleza Ibérica) deu-me oportunidade de conhecer o percurso de um caçador que andou durante 60 anos em terras africanas. A exposição proporcionada pelas incessantes jornadas de Tony Sánchez-Ariño traduz-se em dezenas de animais parados no derradeiro momento de vida. Um jardim zoológico imóvel, uma visão congelada de um éden irredutível.  A encenação é apelativa, os sons e os objetos também. Revelam, é certo, uma visão de uma certa África colonial e pós-colonial, mas o conjunto é interessante também por isso.

Não pude deixar de me lembrar de um dos meus textos favoritos, o relato das embaixadas de Liuteprando de Cremona a Bizâncio, no século X. Numa delas, Liuteprando é levado a um jardim com animais, um desses perivolia com que os imperadores queriam recriar paraísos na terra. Muitos mosaicos da época ligam-se a essa tradição, tão cara aos poderosos da época.




Durant le souper, Nicéphore me demanda si vous aviez des bois et des parcs; et si dans ces parcs vous aviez des ânes sauvages et d'autres bêtes. Je lui répondis que vous aviez de fort beaux parcs, où il y avait toute sorte de bêtes, à la réserve des ânes sauvages; sur quoi il me dit qu'il me mènerait à son parc et que j'en admirerais la grandeur et la quantité des ânes sauvages qui y étaient. Je fus donc mené à ce parc, qui est d'une fort grande étendue, rempli de quantité d'arbres (...)

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