sábado, 3 de junho de 2017

A ESTRADA QUE NÃO FOI SEGUIDA

Moura - 2.6.2017 (08:23)

O poema de Robert Frost já por aqui passou, mas na versão original (em 9.4.2014). Os textos poéticos são, na prática, intraduzíveis. Mas esta versão é a que me parece melhor.

Duas estradas separavam-se num bosque amarelo,
Que pena não poder seguir por ambas
Numa só viagem: muito tempo fiquei
Mirando uma até onde enxergava
Quando se perdia entre os arbustos;

Depois tomei a outra, igualmente bela,
E que teria talvez maior apelo,
Pois era relvada e fora de uso;
Embora, na verdade, o trânsito
As tivesse gasto quase o mesmo,

E nessa manhã nas duas houvesse
Folhas que os passos não enegreceram.
Oh, reservei a primeira para outro dia!
Mas sabendo como caminhos sucedem a caminhos,
E duvidava se alguma vez lá voltaria.

É como um suspiro que conto isto,
Tanto, tanto tempo já passado:
Duas estradas separavam-se num bosque e eu –
Eu segui pela menos viajada,
E isso fez a diferença toda.


Trad. José Alberto Oliveira

Sem comentários: