sábado, 30 de setembro de 2017

TARDE PACENSE

Raid a Badajoz, para a inauguração da exposição de Moita Macedo. Nunca antes estivera no Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporáneo, situado na antiga prisão. A montagem é um trabalho de grande qualidade, incidindo aqui numa perspetiva mais "caligráfica" que em Lisboa.

Bom, e acho sempre graça à projeção de excertos do meu pequeno documentário sobre a obra do pintor.

Ver - http://meiac.es/index.php



sexta-feira, 29 de setembro de 2017

PONTO FINAL NA PONTE

Dia 29 de setembro. 9 da manhã. Quatro anos depois das eleições de 2013 dá-se formalmente como terminada a obra da ponte. Placa e fotografia de família com os operários da STAP.



CAMPANHA: DIAS 10 E 11 (A CARAVANA!)

E termina a campanha. Dias de preparação da caravana. Que é hoje e vai juntar centenas de ativistas. Por razões absolutamente inadiáveis, não estarei. Somo as seguintes: 1989 (com 26 viaturas...), 1993, 1997, 2001, 2005, 2009, 2013... São quase três décadas de campanhas eleitorais no concelho de Moura. E de presença na minha terra ao longo de anos a fio, e não só nas campanhas eleitorais...

AINDA OS 90.000 EUROS DO LAR DA AMARELEJA


Comunicado ontem difundido pela Câmara Municipal

Câmara de Moura entrega cheque ao Centro Social de Amareleja

A Câmara Municipal de Moura entregou 90 mil euros ao Centro Social de Amareleja, no passado sábado, 23 de setembro. A verba resultou da venda de um imóvel deixado, conjuntamente com outros bens, em testamento ao Município.

A Câmara Municipal entendeu, desde há muito, tendo em conta os fins da herança e as necessidades do Centro Social de Amareleja, que devia ser esta entidade a beneficiar do testamento.


Uma benemérita amarelejense, Francisca Ferro, já falecida, deixou em testamento à Câmara Municipal de Moura, um edifício localizado na Rua Júlio Lima, em Braga. A escritura do prédio levou anos a ser concretizada, devido a inúmeros procedimentos legais.

Depois de ultrapassadas todas estas questões, o edifício foi finalmente vendido e a receita líquida, de 90 mil euros, entregue ao Centro Social de Amareleja. 


O que diz o testamento da D. Francisca Ferro:
"deixa todos os seus bens à Câmara Municipal de Moura para ela os empregar na criação ou manutenção de um lar para idosos na freguesia de Amareleja (...)"

Ou seja, podia a Câmara ter criado um lar? Em teoria, sim. Nada obriga no testamento a que fossem entregues os bens a outra entidade. Fazia sentido que a Câmara criasse um lar quando havia outra entidade a tentar fazê-lo? Evidentemente que não. Por isso, desde há muito que todos os procedimentos foram nessa direção.

Dado adicional: na venda do prédio de Braga foram assumidas pela Câmara Municipal todas as despesas relacionadas com o processo. Ou seja, custas processuais, publicações, certidões, certificados e honorários do advogado custaram ao Município mais de 11.000 euros. Nada obrigava a que assim fosse (podia esse montante ser descontado dos 90.000), mas desde o início assumimos essa opção, por nos parecer a mais adequada e por ser uma ajuda adicional ao Centro Social de Amareleja.

Que palavras como reconhecimento ou a valorização do esforço feito sejam desconhecidas por algumas pessoas é algo que me dispenso de classificar.

Com a Direção do Centro Social de Amareleja,
pouco antes da entrega do cheque.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

AS AUTARQUIAS E A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA


Sendo, do ponto de vista de formação académica, um alienígena neste meio, são sobretudo as preocupações do autarca-cidadão que irão passar por esta breve texto.

Sendo demasiado fácil enveredar pela acusação em relação ao que está, ou supomos estar mal, tentarei evitar esse género de abordagem. Quero, por isso, felicitar sinceramente a equipa que elaborou a PROPOSTA DE ESTRATÉGIA NACIONAL PARA A  CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E BIODIVERSIDADE 2025. Mesmo que a minha área de formação não seja esta, percebe-se claramente o esforço de compilação que foi feito, a aturada reflexão a que este trabalho obrigou e a seriedade e consequência das propostas que são apresentadas. Até aqui, tudo ou quase tudo bem.

Da leitura que fiz dos comentários e dos contributos dos meus colegas do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável torna-se clara a concordância, em termos globais, com a maior parte das propostas. Não são postas em causa opções de fundo ou a pertinência dos caminhos a seguir.

Não farei também, faço questão em o sublinhar, o papel de calimero autárquico. Ou seja, os queixumes e lamentos, quantas vezes mais que justificados, não nos ajudam na reflexão e no debate.

Há problemas e há limitações? Há. E são algumas dessas questões, transversais à maioria dos municípios que gostaria do poder aqui sublinhar.

Qual o tópico principal que me ocorre quando se fala em conservação da natureza?

O fator humano. Não é possível a conservação da Natureza sem gente. Os recentes acontecimentos de Pedrogrão Grande levantaram um estendal de acusações e constatações do que já se sabia. Concentremo-nos num dado crucial. Os municípios de Pedrogão Grande, Góis, Pampilhosa da Serra, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos somam um total de 22.000 habitantes. A freguesia da Estrela, onde está a Assembleia da República, tem pouco mais de 4 km2 e um pouco mais de 20.000 habitantes. Não cuidei de ver a estrutura etária dos municípios acima referidos, mas tenho a certeza que o envelhecimento é uma das suas marcas mais evidentes. Conto uma pequena história pessoal: a primeira vez que, em 1986, fui à freguesia de Cardigos (na zona do pinhal) havia, num dos pequenos aglomerados da localidade, cerca de 20 habitantes. Hoje, não há um só. Ou seja, de pouco nos serve falarmos de grandes estratégias se partes cada vez mais significativas do nosso território não têm gente.

O interior despovoa-se e envelhece. Faltam políticas capazes de invertir a situação e faltam, a este nível, homens de Estado. O último a ter uma noção precisa da importância do interior foi o Marquês de Pombal. Morreu há 235 anos e usava, em temos políticos, métodos que eram, para ser gentil, muito discutíveis.

Durante a II Guerra Mundial, quando o esforço militar consumia todos os recursos das ilhas britânicas, foi sugerido ao primeiro-ministro Winston Churchill que cortasse nas verbas da cultura. O homem que conduziu a Inglaterra à vitória sobre a Alemanha recusou perentoriamente. “Se cortamos na cultura, estamos a fazer esta guerra para quê?”. (fim de citação)

É esse um dos tópicos do nosso combate quotidiano, nas autarquias. E se nos referimos à cultura, não é à sua vertente literária e artística, apenas. Mas à necessidade de termos uma perspetiva cultural do nossos concelhos e do mundo à nossa volta.

É essa perspetiva cultural que nos leva a reabilitar as nossas localidades. É por termos essa certeza que cedemos terrenos e colaboramos no financiamento de escolas e no seu melhoramento. É esse enquadramento cultural que nos leva a renovar redes de águas e fazer obras de saneamento. É uma lógica ligada à cultura que nos levou a participar nos processos de renovação urbana. Sem gente não há futuro e sem condições para aqui vivermos não há gente. A equação é simples. Tão simples como simples e direta é a nossa determinação.

Bem sei que me afasto do tema da ESTRATÉGIA NACIONAL PARA A  CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E BIODIVERSIDADE 2025. Mas o tópico essencial continua a ser o da presença humana nos nossos territórios – e cada vez temos mais problemas num número crescente de territórios de baixa densidade.

Há cerca de 30 anos, o jornalista José Manuel Fernandes escreveu nas páginas do “Expresso” uma notável série de reportagens intitulada “Em busca do país fantasma”. Nesse percurso percorria-se toda a raia, de Sul para Norte, trilhavam-se caminhos abandonados, pontes esquecidas, aldeias semi-desérticas e dava-se a conhecer um país que morria às mãos da indiferença.

Nesse país fantasma viveram e resistiram, durante centenas de anos, centenas de gerações. Artesãos, professores, sapateiros, pastores, tecedeiras, perde-se o conto ao número e ao nome dos que por nada trocariam os horizontes do seu território por qualquer outro sítio do mundo. Nunca ninguém lhes perguntou quanto queriam por ficar nem quanto valia o seu amor à terra que os vira nascer. Muitos partiram, por não terem meios de sobrevivência.

Em 1999, talvez alguns se recordem disso, o governo da nação quis incentivar trabalhadores da função pública a fixarem-se nas zonas mais carenciadas. Para tanto, estava prevista a atribuição de subsídios de valor variável, consoante a categoria do funcionário. Os apóstolos da nova colonização prometiam ainda um conjunto de outras benesses, algumas delas de legalidade duvidosa, para quem se quisesse embrenhar nos territórios esquecidos do Alentejo profundo, da Cova da Beira ou de Trás-os-Montes.

Significou isto que não se encontrou melhor forma de resolver a desertificação do interior do que atirando umas missangas e engodando quadros, eventualmente entediados, com promessas de subsídios de instalação e mais uns dinheiros para ajudar a pagar a renda da casa. Foi a versão cor-de-rosa dos “40 acres e uma mula”, a conquista do Oeste sem o tom épico de Hathaway e de John Ford.

Se bem se recordam também, o projeto não deu em nada. Rigorosamente em nada. Quase 20 anos depois, o problema essencial continua a ser demográfico.

Perpassa, por todo o documento, a ideia de envolvimento dos municípios, a sua participação ativa em atos de gestão. Perpassa, também, um moderado otimismo quanto à participação ativa dos municípios no âmbito da conservação da natureza. Confesso, aí, o meu ceticismo. O crescente estrangulamento administrativo e financeiro das autarquias e, agora, as novas competências (que virão trazer um inevitável acréscimo de despesa corrente) irão fazer das autarquias centros redistribuidores. Ou delegações do Poder Central. A margem de manobra vai ser cada vez mais curta. Somos exímios em criar documentos, pacotes legislativos e enquadramentos. Criamos quadros de funcionamento perfeitos. Queremos, no fundo, trabalhar como os noruegueses, mas contando com os recursos financeiros dos malianos. E com leis à nossa maneira.

Cito, do parecer do Conselho Nacional do Ambiente e do Deseonvolvimento Sustentável referente à PROPOSTA DE ESTRATÉGIA NACIONAL PARA A  CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E BIODIVERSIDADE 2025, que globalmente subscrevo: “Em conclusão, o CNADS considera que, na generalidade, a proposta de Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade é tecnicamente sólida e, face aos conhecimentos atuais sobre o estado das espécies e dos habitats, tem objetivos ambiciosos, corretamente explicitados e bem sistematizados, carecendo contudo de definição de recursos financeiros objetivos que a permitam levar a cabo. Esta a primeira recomendação: a identificação, sistematização e calendarização concreta dos recursos financeiros para a sua implementação, em função dos objetivos e prioridades expostos”.

Justamente. Não haverá política de conservação da natureza sem meios financeiros. Nem sem gente que, no terreno, a suporte. Regresso a esse tópico, que não pode ser desligado da atividade agrícola. A qual, singularmente, aparece muito pouco nesta proposta de estratégia. É a única reserva com que fico. Espero que possa ser retomado o tema, porque esses mesmos agricultores são, em princípio, os primeiros interessados na conservação da natureza.

Santiago Macias
Presidente da Câmara Municipal de Moura

24.7.2017

Texto lido em sessão na Assembleia da República em final de julho passado. Fotografia do amigo Jorge Campaniço.

POLVO


A propósito de polvos... Deixando de lado a apagada e vil tristeza de quem não sabe o que diz e de quem atira insinuações feias, viremo-nos para a Fotografia e para a Poesia. Da fotografia homoerótica de Herb Ritts (1952-2002), num célebre imagem do ator beninense Djimon Hounsou à poesia humorística de Ogden Nash (1902-1971). A Arte conta mais.

É melhor assim, concentramos-nos no que importa.

Tell me, O Octopus, I begs
Is those things arms, or is they legs? 
I marvel at thee, Octopus; 
If I were thou, I'd call me Us. 

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

CAMPANHA: DIA 9 - APOIANTES CDU E JANTAR CONCELHIO

Antepenúltima jornada em dois momentos principais: a publicação de uma lista de apoiantes com centenas de nomes e na qual tenho o prazer e a honra de estar na capa. Vale a pena ver quem nos apoia.


Ver lista completa aqui - http://online.anyflip.com/papy/bpxd/mobile/index.html

O dia terminou com mais uma ação de rua e com um jantar concelhio, no pavilhão da feira, onde estiveram centenas de ativistas da CDU. Um quase fecho de campanha, numa altura em que os nosso apoios e a nossa dinâmica crescem.

COMO É QUE É POSSÍVEL APOIAR TRÊS FORÇAS POLÍTICAS?

ANTÓNIO ANGELINO - A MAN FOR ALL SEASONS...

CDU, mas também INDEPENDENTE, mas também PS...

De quantas maneiras se pode dizer a palavra oportunismo?




CAMPANHA - DIA 8


De manhã e à noite. De manhã, houve arruada pelo centro de Moura. Muita gente, muita simpatia e muitos contactos. Fiz parte da comitiva e pude constatar o apoio ao nosso candidato. Algo que me tranquiliza. E que dá garantias de futuro ao nosso concelho.

É justamente da importância do futuro do concelho que falamos, porque à noite pude constatar (durante o debate, que acompanhei ao vivo a convite do meu camarada José Maria Pós-de-Mina):

* o desconhecimento dos dossiês por parte do candidato Álvaro Azedo (não saber que há financiamento assegurado para o terminal rodoviário é, no mínio, grave; nunca ter quantificado as propostas que faz é pior ainda; dizer que é preciso renovar o parque de máquinas do município, depois de chumbar os pedidos de empréstimo que apresentámos é falta de vergonha...);
* a falta de ética do candidato Álvaro Azedo, que usava um blogue anónimo (o tristemente célebre PASQUIMPATADA) para atacar e permitir que se difamassem pessoas;
* acho divertida a fixação que tem comigo (e nem candidato sou...);
* a preparação e elevação de José Maria Pós-de-Mina (bastaria o nível da intervenção final para se perceber o que é um candidato sério.

Nota à margem: o moderador não dominava os assuntos e não esteve à altura das circunstâncias. 


O autor do blogue, a assistir ao debate (em outfit um tanto burguês,
como diria o meu amigo João Gabriel Isidoro)

terça-feira, 26 de setembro de 2017

JOANA AMARAL DIAS NO METRO DO CAIRO

Juntem-se dois portugueses distraídos algures no norte de África e a coisa pode não correr bem... Foi na primavera de 2007. Olhámos (Cláudio Torres e eu) o combóio que acabava de parar na estação de Mar Girgis, no Cairo.  Parêntesis para referir que o metro do Cairo era (imagino que assim se mantenha) imaculadamente limpo, barato e pontual. Os turistas não usavam muito e não sabiam o que perdiam. Fim de parêntesis. As portas abrem-se e vamos diretinhos a uma porta. Os funcionários  no cais esbracejavam vigorosamente. Rimos, fizémos adeus e entrámos. As portas fecham-se e há uma agitação de trajes negros. Sussuros, exclamações, vultos que se afastam. Tinhamos entrado numa carregam só para mulheres. Há-as mistas e só para senhoras. O Cláudio verbalizou o óbvio "oh pá, merda, já demos barraca". Tinhamos mesmo. Fez-se uma larga clareira à nossa volta. Saímos na estação seguinte. Não fomos detidos nem assediados.

Vem isto a propósito da recente proposta/sugestão de Joana Amaral Dias de serem criados espaços separados nos transportes públicos. Querer resolver problemas erguendo muros nunca foi grande ideia. E nunca solucionou coisa alguma.

Joana Amaral Dias, autora da proposta de exclusão, numa célebre capa de revista.

MÉRITO ESCOLAR - MOURA

Segunda volta dos prémios, agora em Moura: EB 2,3 de Moura, Escola Secundária e Escola Profissional. Mais premiados.

A cerimónia teve lugar em Moura, no passado sábado. Fico feliz com o sucesso que a iniciativa teve e, em especial, pelo ar de felicidade dos premiados.


05º ano - Joana Punilhas Bengla
06º ano - Manuel Maria Vidal da Gama Guerreiro
07º ano - Maria Ana Serrano Varela Ramalho
07º ano - Alan Lacerda Nicoluzzi
08º ano - Tatiana Filipa Pato Barão
08º ano - Ana Margarida Torrado França
09º ano - António Rafael Avelar Rodrigues
09º ano - Joana Estevens de Oliveira
10º ano - Micael António Modesto Cuco
10º ano - Joana Valente Limpo
11º ano - Joana Martins Valente Ferro
11º ano - Miguel Dias Lopes da Silva
12º ano - Analisa Moreno Correia
12º ano - João Pica Fialho de Almeida

DONALD TRUMP NA TAURI HESSIA


A recente invenção da Nambia por Donald Trump levou-me direitinho aos países imaginários de Enid Blyton na sua série A aventura. Nesses livros, que marcaram a minha infância, as aventuras passavam-se em ilhas inexistentes, como Andra, e em países como a Tauri Hessia. Que a minha imaginação colocava algures nos Balcãs. A proverbial ignorância dos presidentes americanos (it is sad, diria Trump) já levou George Bush filho a chamar greecians (algo como grécios...) aos habitantes da longínquia e exótica Grécia.

Um ternurento analfabetismo habita a Casa Branca. Onde vive o homem mais poderoso do planeta. Essa é a parte preocupante.

CAMPANHA - DIA 7

Campanha eleitoral não são rissóis e croquetes.
Campanha eleitoral é cultura. Ontem, houve lugar ao teatro.


segunda-feira, 25 de setembro de 2017

QUASE A FECHAR O MANDATO

Sábado foi dia de encerrar dossiês. A poucas semanas do final do mandato, faço questão de manter o mesmo ritmo (tanto quanto uma campanha eleitoral o permite...) e de dar seguimento a processos em que assumimos compromissos concretos.

De manhã - entrega de um cheque de 90.000 euros ao Centro Social de Amareleja. A venda do prédio de Braga está consumada. A receita líquida da venda está entregue.

De tarde - com umas horas em relação ao que se previa reabriu ao trânsito a Ponte do Coronheiro. Estrutura reforçada, circulação pedonal assegurada, visibilidade acrescida e aumento para duas vias.




LOS COBARDES


Hombres veo que de hombres
sólo tienen, sólo gastan
el parecer y el cigarro,
el pantalón y la barba.

En el corazón son liebres,
gallinas en las entrañas,
galgos de rápido vientre,
que en épocas de paz ladran
y en épocas de cañones
desaparecen del mapa.

Estos hombres, estas liebres,
comisarios de la alarma,
cuando escuchan a cien leguas
el estruendo de las balas,
con singular heroísmo
a la carrera se lanzan,
se les alborota el ano,
el pelo se les espanta.
Valientemente se esconden,
gallardamente se escapan
del campo de los peligros
estas fugitivas cacas,
que me duelen hace tiempo
en los cojones del alma.

¿Dónde iréis que no vayáis
a la muerte, liebres pálidas,
podencos de poca fe
y de demasiadas patas?
¿No os avergüenza mirar
en tanto lugar de España
a tanta mujer serena
bajo tantas amenazas?
Un tiro por cada diente
vuestra existencia reclama,
cobardes de piel cobarde
y de corazón de caña.
Tembláis como poseídos
de todo un siglo de escarcha
y vais del sol a la sombra
llenos de desconfianza.
Halláis los sótanos poco
defendidos por las casas.
Vuestro miedo exige al mundo
batallones de murallas,
barreras de plomo a orillas
de precipicios y zanjas
para vuestra pobre vida,
mezquina de sangre y ansias.
No os basta estar defendidos
por lluvias de sangre hidalga,
que no cesa de caer,
generosamente cálida,
un día tras otro día
a la gleba castellana.
No sentís el llamamiento
de las vidas derramadas.
Para salvar vuestra piel
las madrigueras no os bastan,
no os bastan los agujeros,
ni los retretes, ni nada.
Huís y huís, dando al pueblo,
mientras bebéis la distancia,
motivos para mataros
por las corridas espaldas.

Solos se quedan los hombres
al calor de las batallas,
y vosotros, lejos de ellas,
queréis ocultar la infamia,
pero el color de cobardes
no se os irá de la cara.

Ocupad los tristes puestos
de la triste telaraña.
Sustituid a la escoba,
y barred con vuestras nalgas
la mierda que vais dejando

donde colocáis la planta.


Miguel Hernández foi um poeta de superior qualidade. Recordo-o porque combateu os cobardes e pagou isso caro. Dedico a leitura do poema a todos os cobardes que se escondem detrás da vilania do anonimato. Alguns ainda por aí andam, agora menos anónimos, mas não menos vis...