quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

TRAMPATOJO

Prefiro o castelhano trampatojo ao uso do trompe-l'œil, corrente entre nós. É um dos artifícios mais divertidos. Muitos pintores o usaram. Alguns com assinável mestria e sucesso. A representação gráfica comporta sempre ilusão. O que se regista existiu durante um instante. O registo perpetua o momento, como se ele estivesse sempre presente. Daí as imagens terem sempre uma componente onírica. Mais ainda estas, onde a ilusão é o tema principal. Os espelhos e os reflexos aumentam esse efeito. Daí a Jorge Luis Borges e a Orson Welles é um pulinho.


Roma, em junho de 2009

Evert Collier (1642-1708) - Letter rack (1698)
Art Gallery of South Australia (Adelaide)

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