segunda-feira, 20 de agosto de 2018

CONTOS DA BARBEARIA

De José Craveirinha (1922-2003), o poema BARBEARIA:

Na barbearia às escuras
Júlio Chaúque foi barbeado
quando voltava da machamba de milho.

Os que viram
dizem que Júlio foi escanhoado
até às carótidas do colarinho
em requintes de gilete
dos facões de mato.

Os barbeiros do Chaúque
deixaram em toalhas de folhas secas
congruentes nódoas roxas.



Às voltas pelo instagram,  dei com um conjunto de interessantes trabalhos de Isaac West. Num deles, está um cabeleireiro. Arriscava dizer que Isaac West está a citar uma conhecida tela orientalista de Léon Bonnat (1833–1922). Le barbier nègre à Suez foi pintado em 1876.

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