sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

A CHUVA, ENTRE VERLAINE E PESSOA

O meu amigo Jorge Liberato pôs ontem, no seu facebook, um poema de Fernando Pessoa, que cita outro, de Paul Verlaine. Ambos já por aqui andaram. Recupero agora o de Verlaine, na tradução doce de Manoel Bandeira. E com uma fotografia de Havana, por Keith Cardwell.

Chora em meu coração

Chora em meu coração

Como chove lá fora.

Que desolação

Me aperta o coração!

 

Oh a chuva no telhado

 Batendo em doce ruído!

Para as horas de enfado,

Oh a chuva no telhado!

 

Chora em ti sem razão,

Coração sem coragem.

Se não houve traição,

Teu luto é sem razão.

 

Certo, é essa a pior dor:

O não saber por que

Sem ódio e sem amor

Há em mim tamanha dor.




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