sábado, 18 de junho de 2022

SEVILLA II - O ESPÍRITO DO LUGAR

Eu, que nem ligo nada a roupa, tenho duas ou três coisas de que gosto mesmo. Vai daí, estava na Bodega António Romero tomando um copo quando um casal, BCBG, se encostou à barra. Ele tinha uma impecável guayabera. Depois de alguma hesitação, interpelei-o. Visivelmente bem disposto, perguntou-me "quieres intercambian la camiseta? te doy la mia, me das la tuya"  (ficaria ele a perder no negócio...) para depois me informar que as havia no El Corte Inglés. Aí e noutros sítios. Já há encomendas planeadas.

Horas mais tarde, numa refeição tardia noutro bar, olhei duas vezes para uma mesa ao lado. À segunda vez, outro sevilhano exuberante esclareceu "es ensaladilla con gambas blancas de Huelva; te la recomiendo". Estava deliciosa.

É a isto que os romanos chamavam o genius loci, o espíritio do lugar. Algo que se transmite de geração em geração e que dá uma alma própria a cada sítio. Bendito génio, aquele que passou por Sevilha e que deixou toda aquela animação.

Sem comentários: