segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

BUSQUE AMOR NOVAS ARTES

Busque Amor novas artes, novo engenho
Pera matar-me, e novas esquivanças,
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, enquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê,

Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como e dói não sei porquê.


É possivel "ilustrar" um soneto com imagens? Para mais, quando estamos perante um dos mais belos que Luís de Camões produziu? Provavelmente não.

A imagem destas tulipas, do fotógrafo Robert Mapplethorpe (1946-1989), apenas faz companhia ao soneto de Camões porque também ela transborda de lirismo e sensualidade.

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