segunda-feira, 16 de março de 2009

FILMES FORA DE HORAS

O desafio chegou por mail. Um dos meus alunos de Arquitectura, de Évora, propôs-me que escolhesse um filme e que fosse apresentá-lo. Nunca uma ideia me pareceu tão embaraçosa, até pelo facto de não ser um especialista em cinema. E, no entanto, atrevi-me a indicar três hipóteses, todas elas menores.
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Na verdade, há um certo fascínio nas obras menores, aquelas que são menos vistas, menos incensadas, e que nem sempre são, de facto, menores.
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Convido-vos a começar por este After hours, de Martin Scorsese. Obra mal amada, menosprezada, mas nem por isso menos interessante. Vi-o em 1986, numa fase de dúvidas, ao mesmo tempo que lia um livro que é tudo menos vulgar: Talvez, de Lillian Hellman. A trepidação e incerteza de um e do outro iam bem com a minha própria incerteza de então.
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Continuo a achar este After hours um prodígio de montagem (graças a Thelma Schoomaker), de noção de tempo - há um relógio que se ouve em cada momento do filme - e de ritmo. A história do homem que não consegue voltar a casa todos nós a vivemos. Aqui ficam estes dois minutos de frenesim, acompanhados pelo som de La Cuadra Flamenca.


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