segunda-feira, 8 de junho de 2009

O PCP, AS EUROPEIAS E OS EURO-COMUNISTAS

Ao contrário do que possam pensar os mais jovens, "euro-comunistas" não são os parlamentares comunistas que vão tomar assento no Parlamento em Estrasburgo.

Há uns bons trinta anos, a imprensa europeia salivava abundantemente ante a grande novidade: havia uma nova forma de ser comunista. Era um comunismo mais soft, mais educado e mais aberto. Mais abrangente e capaz de atrair mais eleitores. Era isso o que dizia a grande imprensa, naturalmente interessada nos bons resultados eleitorais dos partidos comunistas. Lideravam o euro-comunismo Marchais (do PCF), Carrillo (do PCE) e Berlinguer (do PCI). Um toque mediterrânico na frieza do marxismo-leninismo...

Três décadas volvidas: os comunistas franceses diluiram-se numa vasta coligação, que elegeu 2 deputados entre 72, os espanhóis desapareceram na Izquierda Unida (1 deputado em 50). Em Itália o cenário é mais triste ainda: nenhum deputado eleito. Brindemos pois à memória do euro-comunismo, à grande imprensa europeia preocupada com a "renovação dos comunistas" (seja lá isso o que for) e aos paladinos da esquerda moderna...

Três décadas volvidas, o PCP, que não entrou na estimulante e inovadora aventura do euro-comunismo tem um eleitorado consolidado, cresceu eleitoralmente e acaba de garantir dois deputados em Estrasburgo.

Irá ter por companhia outros partidos igualmente "ultrapassados", como os gregos do KKE e os cipriotas do AKEL.

3 comentários:

  1. Já pareces o grande "inducador do proletariado"

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  2. Esse era o Arnaldo Matos. E não era "educador do proletariado", mas sim "educador da classe operária"...

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  3. Alguns ex-comunistas já aprenderam bem a lição. O PCF no seu Front de Gauche manteve realmente os lugares e nestas eleições e estancou a perda de votos. Sobe pela primeira vez. Só podemos estar esperançosos!

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