sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

BISSAU II - CASA COIMBRA

Na realidade, não é uma casa mas sim todo um quarteirão. A primeira coisa a chamar a atenção foi esta fachada-Mondrian, virada à sé de Bissau. A cidade não é particularmente colorida e esta parede fez-me lembrar o início do filme The magnificent Ambersons: "the magnificence of the Ambersons was as conspicuous as a brass band at a funeral."
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A fachada faz parte da Casa Coimbra, uma verdadeira instituição de Bissau. A família detentora do espaço está na Guiné há quase um século. Atravessou todas as épocas e todas as dificuldades com a energia e a convicção dos estóicos. O negócio centra-se, actualmente, em torno da residencial e do restaurante (a fachada-Mondrian pertence a este último).
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Há inspirações momentâneas que nos valem. Foi um pouco ao acaso que fui lá jantar. Um magnífico buffet a preços mais que sensatos, passe a publicidade. E assim travei conhecimento com o Dr. Miguel Nunes, um gentleman membro da família fundadora e o actual responsável pela Casa Coimbra. Licenciou-se em História em Coimbra e temos conhecimentos comuns. No dia seguinte conduziu-me, com uma cortesia antiga, numa visita guiada pela residencial, decorada com um bom gosto intocável e ainda que a parte antiga tenha mais charme e menos design que a área mais recente. Trocámos livros e ficou a promessa de uma próxima estada.
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Sobre a residencial veja-se o rerspectivo site: http://www.residencialcoimbra.com/

5 comentários:

  1. Santiago

    É tal e qual como dizes. Fiquei na pensão Coimbra da última vez que estive em Bissau (quando o Nino ganhou as eleições contra o Kumba Iala). Há o Miguel que gere a pensão e havia um outro irmão que explorava o bar da moda, que eu frequentei, mas de que já não me lembro o nome. Mas conheci a família ainda toda - pai, mãe e filhos, quando foi da guerra civil entre a Junta Militar e o Nino Vieira apoiado pelos senegalenses. Quase toda a população tinha fugido de Bissau e numa casa ali perto estávamos um grupo de jornalistas portugueses (estivemos lá, a maioria, mais de um mês). Nessa altura relacionámo-nos mais estreitamente com a cordialidade da família Nunes - uns históricos em Bissau. E,no meio do caos e dos obuses, várias vezes fomos a casa dos Nunes convidados para jantar. E era uma ambiente todo cerimonioso, à antiga, mas cheio de afectividade. Era gente curiosa. E duma simpatia, de facto, difícil de encontrar. Prezo em que tenham cruzado relacionamentos.

    Carlos Júlio

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  2. meu caro santiago macias

    desculpe esta picuinhisse linguística. confirme p.f.estadia(navio...)com estada

    com os melhores cumprimentos
    f.caetano

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  3. Tem toda a razão. Trata-se de um erro muito frequente. É estada e não estadia. Até porque não estou a pensar ir de barco...

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