.
O poder das mulheres é imenso. Foi isso que constatei no outro dia de manhã, no IKEA. O IKEA é um mostruário da nossa sociedade e da nossa civilização. Pelo menos no que à relação entre os sexos diz respeito. Fui arrastado para o IKEA ao abrigo de um qualquer pretexto, que nem ouvi porque naquela manhã estava de boa catadura. Por isso me pude dedicar a uma prolongada análise antropológica, que alimentaria várias teses de mestrado, pelo menos.
.O poder de mobilização dos sindicatos transferiu-se, quase todo, para o IKEA. Quem reivindica são as mulheres, que impõe são as mulheres, que escolhe são as mulheres. Como não ia comprar nada (“nada”, em linguagem feminina, tanto pode equivaler a uma lâmpada de 40 watts como a uma mobília de quarto) pude dedicar-me a observar o mundo
No fim da jornada há gritos e desespero. O cenário é operático. Perto das caixas perfilam-se torres com coisas à espera de serem vendidas. Por entre as torres casais gesticulam e debatem-se. “Avisamos os nossos estimados clientes que encerramos dentro de 15 minutos”, avisa uma voz feminina, ó sim feminina. O cenário converte-se em quase tragédia. Nesses breves momentos, tudo se decide. Vemos pequenas chantagens domésticas, gestos dramáticos, lágrimas e gritos. Assisto à comédia de Aristófanes ao vivo no IKEA. Feliz por ter ido ali para comprar “nada”. O que, como sabemos, em linguagem feminina, tanto pode querer dizer uma lâmpada de 40 watts como uma mobília de quarto.
..
Este texto foi publicado em A Planície no dia 1 de Março de 2010. A imagem do criado preto da Casa Africana carregado de embrulhos é uma marca do Portugal colonial. O estilo Casa Africana passou-se para as manhãs domingueiras do IKEA.
Ah !? So te esqueceste de uma coisa...Caso percam uma criança naquela enchurrada humana...nada de voltar para tras à procura da criancinha, a técnica é continuar a seguir o fluxo e as setas pois a criança nao conseguira remar contra a maré.
ResponderEliminarE ja agora nada de panico, lembrem-se que por vezes um movél pode esconder uma criança.
Fala a voz da experiência : )
So mais uma coisa...como achei que o divorcio deve acontecer por verdadeiros motivos...deixei de ir ao IKEA com o meu marido.
Moral da historia : quem é o verdadeiro motor da economia ? A MULHER ! Pois é ela que estafa o dinheiro ; )
casa africana
ResponderEliminaro preço não engana
Ah, como eu compreendo isso...
ResponderEliminarMas, carissimo Santiago, convido-o um dia a ir ao El Corte Ingles!
P.S.: Para não haver dúvida ou confusão - este convite é em sentido figurado. A última coisa que me ocorreria era ir com o ilustre amigo Santiago ao El Corte Ingles ou a outro local semelhante em passeio (ou visita de estudo). Se quiser acompanhar-me numa visita de estudo ao restaurante Zé Varunca, ainda aceito o "sacrificio"! www.zevarunca.com
Com os melhores cumprimentos,
e quando estas "visitas" são a mais do que um local do genero no mesmo dia???
ResponderEliminare quando a companhia da esposa è potenciada em força pela irmã ?? (a minha ou a dela, tanto faz).
já tenho defesas,ou levo um monte de jornais, ou certifico-me que há uma fnac na zona e levo uma série de apontamentos com nomes de bandas e/ou livros que quero comparar para ver quais os mais acessiveis á carteira, para comprar ou ficar sinalizado para a proxima ida ao IKEA, Moviflor, loja do Gato Preto... entre outras!! o engraçado è que elas ás vezes esperam por mim à porta da fnac!!
sugestão: as raparigas que estão na duvida se o atual namorado è ou não o Homem da vida delas, que tal um teste IKEA!?