Disse, há dias, que este filme inacabado é um dos meus preferidos. Não vale a pena repisar aqui uma história muito conhecida. Bastará recordar que Sergei Eisenstein (1898-1948) nunca conseguiu terminar o projecto e que o produto do seu trabalho foi, depois, em boa parte destroçado e usado dezenas de vezes em filmes pouco dignos. Marie Seton utilizou o material rodado em Time in the sun (que nunca vi), ao passo que um antigo assistente de Eisenstein, Grigori Alexandrov (1903-1983), fez, em 1979, uma montagem do filme, explicando quais as partes da obra que tinha ficado por concluir. O trabalho de Alexandrov tem essa interessante componente didáctica, obscurecida pelo recurso à mais completa demagogia e à mais desgraçada estética brejneviana: onde não falta uma criança como esperança da revolução e uma banda sonora ao melhor estilo Paul Mauriat. A versão Alexandrov está disponível no youtube.
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Toda a beleza do trabalho de Eisenstein em Que viva México! está condensada na breve sequência que vos deixo. Justo será dizer que para tanto contribuiu a mestria de Eduard Tisse (1897-1961), um dos maiores directores de fotografia do século XX.
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como director de fotografia não será gabriel figueiroa?
ResponderEliminarÉ, também, uma grande director de fotografia. Sem dúvida.
ResponderEliminarOh Santiago, acho que o Grigori Alexandrov merece alguma indulgência dada a sua minguada existência de menos de 1 ano -Grigori Alexandrov (1903-1903). Não dá para aprender a ler quanto mais para "manipular" seriamente o material de Einsenstein.
ResponderEliminarUm abraço
JCL
Muita indulgência mesmo, JCL!
ResponderEliminarEssa foi muito bem vista.
Tendo em conta a idade, muito fez o rapaz...
(já corrigi, entretanto; obrigado pelo reparo)
Não tem que ver com cinema - espero que voltes ao Einsenstein - mas aconselho vivamente a edição da obra completa do GAC-Vozes na Luta, um colectivo de música popular dos anos 70 que ficou na história. Zeca Afonso, José Mário Branco, Fausto, Afonso Dias, Ed Mamede, Carlos Guerreiro e este humilde músico amador fizeram parte dessa experiência inolvidável. A obra está à venda na Casa do Arco, Sintra, e custa 45 euros. Inclui até - quem diria-uma musica minha...
ResponderEliminarJCLinda