domingo, 25 de julho de 2010

FADO MERIDIONAL

A imagem da fotografia podia ser na Casbah de Argel. Mas é em Marselha, algures nas proximidades do Velho Porto.
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A evocação veio através do livro que ainda estou a ler. Numa das reportagens, datada de 1974, Bruce Chatwin faz um percurso entre as duas cidades. O motivo? O homícido cometido por Salah Bougrine, um emigrante argelino, e a fúria racista que o acontecimento causou.
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Palavras premonitórias:
"Toulon tem de continuar a ser Toulon - dizia o presidente da Câmara dessa cidade". Décadas mais tarde Toulon cairia nos braços do Front National.
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E dois erros de análise, de leitura amarga:
1. Quando avalia, de modo francamente optimista, o consulado de Boummedienne e quando diz "a nova Argélia encontra-se em mãos capazes". Estávamos ainda longe dos sobressaltos da década de 80 e do programa político-religioso do FIS começar a fazer o seu caminho. Mas o verdadeiro drama da Argélia já se desenhava ao longe.
2. Quando dá ao esquivo Gaston Deferre o atributo de ingénuo. Ingénuo? Terei de contar esta à minha amiga marselhesa Anne-Marie Lapillonne... Que, decerto, já terá lido o livro de Chatwin.
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