segunda-feira, 5 de julho de 2010

MÉRIDA - II: CASA HERRERA

À primeira, parece o nome de uma casa de moda, daquelas chiques e caras. Casa Herrera não é nada disso. Fica num descampado a meia dúzia de quilómetros de Mérida. É um dos mais emblemáticos monumentos da Antiguidade Tardia do Ocidente e foi descoberto há menos de 40 anos.
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A basílica, de dupla ábside, parece ter raízes norte-africanas (como a de Mértola ou Vega del Mar), mas em relação a essa paternidade já houve mais certezas. Há muitas coisas interessantes em Casa Herrera. A existência de dois altares, um deles no baptistério; o baptistério de planta rectangular; a presença de enterramentos no interior da igreja. Sobretudo, a insólita presença de inscrições em árabe nas colunas do edifício. Presença constatada e muito discutida e, até hoje, sem explicação cabal.
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Há uma belíssima monografia sobre as escavações: La basilica paleocristiana de Casa Herrera en las cercanias de Merida (Badajoz), publicada por Luis Caballero Zoreda e Thilo Ulbert, em 1975. A perfeição do livro assombra-me desde os dias da faculdade. O tema das basílicas paleocristãs interessa-me desde então. A cada ano que passa, as dúvidas são mais que as certezas e o conhecimento.
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Nessa manhã fria de Inverno resolvemos fazer ainda uma passagem por S. Pedro de Mérida. Como em tantos outros sítios, o passado esconde-se aí detrás de uma vedação inexpressiva. Depois de algum equilíbrio circense, consegui fazer duas ou três imagens aceitáveis do que resta da basílica.
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Acabámos a manhã comendo churros e café, num bar de estrada sem nome nem pedigree, que o Bruno classificou sumariamente como um puticlub. Pelo estilo, era capaz de o ser...
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Casa Herrera - a basílica, com o baptistério em primeiro plano.

Vale a pena tentar uma ida a Casa Herrera. Aqui fica o contacto do turismo de Mérida:

turismo@merida.es

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