domingo, 1 de agosto de 2010

METAL E MELANCOLIA

Um post recente onde referi um episódio ocorrido com um taxista em Lisboa trouxe-me à memória este filme, do qual estava certo que não encontraria vestígios no youtube. Enganei-me, felizmente.
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Quando, na minha remota juventude, quis ser cineasta, era nos documentários que estava a pensar. Tenho por esses artesãos um enorme respeito. Muito menos mediáticos que as estrelas das revistas vip a eles devemos registos insubstituíveis. De grande valor antropológico, decerto, mas também de grande mestria técnica. Veja-se o exemplo deste Metal e melancolia, da peruana Heddy Honigmann (n. 1951). Não há, em filmes destes, oportunidade para repetições, para voltar atrás ou para refazer enquadramentos. Parece quase tudo improvisado e não o é. Metal e melancolia, rodado em 1994, passou há uns bons 10 anos na RTP2. Maria João Seixas teve a feliz ideia de o exibir ao mesmo tempo de Noite na terra, de Jim Jarmusch (n. 1953), ficção de histórias curtas à volta de táxis.
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Metal e melancolia é um filme onde perpassam, sobretudo, a tristeza e a amargura que a difícil situação social e económica do Peru causam nas pessoas. Honigmann consegue dar-nos esse retrato sem nunca cair na demagogia.
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Posso juntar a Honigmann os nomes do meu panteão privado: Robert Flaherty (1884-1951), Joris Ivens (1898-1989), Frederick Wiseman (n. 1930) ou Jean Rouch (1917-2004). Ou ainda Theo Angelopoulos (n. 1935), que rodou em 1983 uma obra-prima intitulada Athina, epistrofi stin Akropoli (Atenas - regresso à acrópole), que não voltei a ver e da qual tento há anos, sem sucesso, comprar uma cópia e nem sequer sei se alguma vez teve edição em VHS ou DVD.
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Não conheço Lima. Mas enviarei este link a um grande sismólogo peruano chamado Marcial Blondet. Conheci-o no Mali. Insiste em tratar-me por alcalde rojo, a despeito das minhas tentativas para desfazer o equívoco.

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