João Manuel Serra morreu aos 80 anos. Tornara-se, nos últimos anos, uma figura emblemática e insólita da cidade de Lisboa.
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"Chamam-me o Senhor do Adeus, mas eu sou o Senhor do Olá. Aquele que acena no Saldanha, a partir da meia-noite. Tudo isto é solidão? Essa senhora é uma malvada, que me persegue por entre as paredes vazias de casa. Para lhe escapar, venho para aqui. Acenar é a minha forma de comunicar, de sentir gente", escrevia, em Março de 2008, o Expresso sobre João Manuel Serra, salientando: "São quase duas da manhã e os carros não param de lhe apitar. Nem eu de lhes acenar. Só fico triste quando o movimento acaba."
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"Venho para a Praça Duque de Saldanha, desde que fiquei nas mãos de não ter ninguém. Nasci aqui perto, na casa da minha avó. Um palacete tão bonito, que o Calouste Gulbenkian quis comprá-lo. Vê-se que foi um menino rico. Sou filho de gente abastada, nunca trabalhei nem entrei numa cozinha".
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O texto do Expresso, que li e recortei, coisa que raramente faço, era de uma sensibilidade rara. Foi escrito por Ana Sofia Fonseca, a quem devo o contacto com esta história única do homem que acenava a quem passava como forma de combater a solidão. Um grupo de anónimos lisboetas rendeu-lhe ontem homenagem. Fellini teria gostado de o conhecer. Jarmusch também.
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"Chamam-me o Senhor do Adeus, mas eu sou o Senhor do Olá. Aquele que acena no Saldanha, a partir da meia-noite. Tudo isto é solidão? Essa senhora é uma malvada, que me persegue por entre as paredes vazias de casa. Para lhe escapar, venho para aqui. Acenar é a minha forma de comunicar, de sentir gente", escrevia, em Março de 2008, o Expresso sobre João Manuel Serra, salientando: "São quase duas da manhã e os carros não param de lhe apitar. Nem eu de lhes acenar. Só fico triste quando o movimento acaba."
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"Venho para a Praça Duque de Saldanha, desde que fiquei nas mãos de não ter ninguém. Nasci aqui perto, na casa da minha avó. Um palacete tão bonito, que o Calouste Gulbenkian quis comprá-lo. Vê-se que foi um menino rico. Sou filho de gente abastada, nunca trabalhei nem entrei numa cozinha".
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O texto do Expresso, que li e recortei, coisa que raramente faço, era de uma sensibilidade rara. Foi escrito por Ana Sofia Fonseca, a quem devo o contacto com esta história única do homem que acenava a quem passava como forma de combater a solidão. Um grupo de anónimos lisboetas rendeu-lhe ontem homenagem. Fellini teria gostado de o conhecer. Jarmusch também.
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E o "caleiro" não foi uma personagem emblemática de Moura e ninguém fala nele!
ResponderEliminarPara falar de uma pessoa é preciso um mínimo de informação. Se tiver uma fotografia e as datas de nascimento e de falecimento agradeço que mas mande.
ResponderEliminarNo livro de fotografias de Moura, do Silvestre Raposo está uma fotografia do "caleiro" a comer uma "buxa" no Jardim. Os familiares residem aqui em Moura junto à sede dos Amarelos.
ResponderEliminar... e também o Charneca, o Cidadão, e a Ó Évora, uhmmm ... a ver se não me falha mais ninguém, ah e o Zé Pequenino.
ResponderEliminarLT
e esquecem-se do Zé Parvo....o que não falta em Moura são "cromos"....eheheheheh
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