Afrodite de Cnidos, de Praxíteles
.A conclusão dos trabalhos de campo, na alcáçova do castelo de Moura, trouxe-me à memória um conto, entre o fantástico e o romântico, de Prosper Merimée (1803-1870). Em A Vénus de Ille o tema da arqueologia ocupa, indirectamente, um papel decisivo na narrativa. A estátua da deusa, envolta numa aura de mistério, acaba por ganhar vida e matar um dos protagonistas da história. Um conto estranho e obscuro, mas interessante. E que, em todo o caso, não me afasta das escavações.
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Merimée era, na altura em que escreveu este conto (1837), inspector-geral dos monumentos históricos. Deve, contudo, a imortalidade ao facto de uma das suas novelas ter inspirado o libretto de uma ópera que se tornaria celebérrima, Carmen.
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Da Vénus de Ille não há qualquer registo, obviamente. Uma substituição à altura é-nos dada pela Afrodite, de Praxíteles, nem mais nem menos que o primeiro nú feminino na arte clássica. Da Carmen aqui fica o L'amour est un oiseau rebelle, na voz de Anna Caterina Antonacci.
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Já li esse conto uma dezena de vezes, fazia parte daqueles livros com 15 histórias sobre um determinado tema... De vez em quando, dou por mim, a relê-la! Quase conseguimos entrar na história e sentir o contacto gélido com aquela estátua que ganha vida. Talvez porque tenha lido essa história numa idade pouco própria, ainda hoje sinto um trauma e, ao mesmo tempo, uma atracção por esse conto.
ResponderEliminarA história passava-se, se não estou em erro, em Perpignan, na Catalunha francesa.
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