Há duas versões do quadro de Peter Paul Rubens (1577-1640). Uma está na Alte Pinakothek, de Munique, desde inícios do século XVIII. A outra encontra-se, depois de um percurso atribulado, que inclui dúvidas sobre a sua autoria, na Art Gallery of Ontario (Canadá). Foi comprada em 2002 por 93 milhões de dólares. Relata o bem conhecido episódio bíblico do massacre dos inocentes.
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A morte persegue-nos. O amor também. Eros e thanatos são próximos. Quando fui aluno de José Mattoso, no Mestrado em História Medieval (1990-1992), tive como leitura obrigatória, no seminário de Representações Mentais do Invisível (só o nome desencorajaria o mais destemido, mas não pude desistir, por ser o único aluno...) uma obra essencial, Anthropologie de la mort (1975), de Louis-Vincent Thomas (1922-1994). O estudo comparado das civilizações, com as ideias de amor, erotismo e morte como tema principal, converteram esse seminário como um dos momentos decisivos na minha vida de estudante.
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O massacre dos inocentes, de 1611, é o 14º quadro mais caro de sempre. Rubens é o 8º pintor deste top 10.
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Do Amor e da Morte
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Temos lábios tenros para o amor
dentes afiados para a morte
Concebemos filhos para o amor
para a guerra os mandamos para a morte
Levantamos casas para o amor
cidades bombardeamos para a morte
Plantamos a seara para o amor
racionamos o trigo para a morte
Florimos atalhos para o amor
rasgamos fronteiras para a morte
Escrevemos poemas para o amor
lavramos escrituras para a morte
O amor e a morte
somos
Casimiro de Brito (n. 1938)
Este quadro teria ficado bem no dia 28 de Dezembro.
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