quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

MAPPA MUNDI

MAPPA MUNDI foi inaugurada, na passada segunda-feira, no Museu Berardo. Faz sentido, num país que tem uma longa história nos domínios da cartografia, se promova esta exposição, instrumento lúdico e de reflexão. Comissariada por Guillaume Monsaingeon é, afinal, muito mais que uma homenagem à "cartografia portuguesa da época dos Descobrimentos". São 123 obras de arte contemporânea inspiradas nesse mundo fantástico dos mapas. Escolhi, porque me pareceu uma das intervenções de mais interessante carga política, um planisfério, na visão sardónica de Nelson Leirner (n. 1932).
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Até dia 25 de Abril, no Museu Berardo.
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O MAPA

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Olho o mapa da cidade

Como quem examinasse

A anatomia de um corpo...

(É nem que fosse o meu corpo!)

Sinto uma dor infinita

Das ruas de Porto Alegre

Onde jamais passarei...

Há tanta esquina esquisita,

Tanta nuança de paredes,

Há tanta moça bonita

Nas ruas que não andei

(E há uma rua encantada

Que nem em sonhos sonhei...)

Quando eu for, um dia desses,

Poeira ou folha levada

No vento da madrugada,

Serei um pouco do nada

Invisível, delicioso

Que faz com que o teu ar

Pareça mais um olhar,

Suave mistério amoroso,

Cidade de meu andar

(Deste já tão longo andar!)

E talvez de meu repouso...

O poema é de Mário Quintana (1906-1994).

Sobre Nelson Leirner ver http://www.nelsonleirner.com.br/

As informações sobre a exposição deveriam estar no site do Museu Berardo - http://www.museuberardo.com/ - mas, estranhamente, não estão. Talvez dentro de uns dias...

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