sexta-feira, 13 de maio de 2011

sua excelência O representante

Um post mourense




Há sempre qualquer coisa de inesperado. Sempre. Mas se assim não fosse que graça é que isto tinha?




Ontem, na cerimónia de abertura da feira, o Presidente da Câmara de Moura fez, na sua alocução inicial, referência às ausências do Ministro da Agricultura e do Governador Civil, que não se fizeram representar. Registou o facto e lamentou-o. Nesse momento, a cerimónia é interrompida por um indíviduo que, desabridamente, disse ser "subdiretor regional da agricultura e que representava o diretor regional". Afirmando de seguida para o colega do lado "política aqui, não!". O Presidente da Câmara desvalorizou a intervenção e seguiu em frente.




Vamos aos factos:


1º) A atitude de não comparecer a uma feira com a dimensão da de Moura - importante no contexto regional - é uma atitude política. A decisão de não se fazer representar é, de igual modo, uma atitude política.


2º) Não houve qualquer delegação de competências em quem quer que fosse que tenha chegado à Câmara de Moura. Se o sr. ministro tivesse designado alguém, e o tivesse comunicado à Câmara de Moura, a pessoa em causa teria sido convidada a integrar a mesa e a intervir. Como sempre se faz nestas ocasiões.


3º) O autoapresentado "subdiretor regional" não representava, portanto, o sr. ministro. Tauromaquicamente falando, fez de espontâneo.


4º) Mais confuso ainda, o cargo de subdiretor regional não existe. Existe, sim, o diretor regional adjunto.


5º) O bom caminho das coisas em Moura provoca um certo enervamento em certos círculos políticos. Isso agrada-me.




Não cheguei a ter o prazer de ser apresentado a "sua excelência O representante". Sempre lhe poderia dizer que ainda para lá devo ter o Manual Diplomático, dos tempos já remotos em que concorri à carreira. Poderia ceder-lho.

5 comentários:

  1. Será possivel o Santiago dar alguma explicação?
    Pelo que sei o Senhor Presidente da Câmara conhece perfeitamente o Senhor Representante, como o Santiago lhe chama.
    Se as coisas se passaram como relata, pode explicar qual a razão do Senhor Presidente da Câmara, ter ido no final e em particular, pedir desculpa ao referido senhor. Se as coisas se passaram como relata, havia razão para pedir desculpa? Parece que sim havia. Não teria sido mais digno o Senhor Presidente da Câmara pedir desculpa no acto e convidar o referido Senhor para a mesa?

    ResponderEliminar
  2. Deve ser algum lapso...
    O Presidente da Câmara não pediu desculpa a ninguém, nem tinha que pedir.
    O Presidente da Câmara teria que convidar o representante do ministro. Nada mais.

    ResponderEliminar
  3. Informe-se melhor junto do Senhor Presidente da Câmara, pois ao que se sabe, houve mesmo pedido de desculpas por parte do Sr. Presidente da Câmara

    ResponderEliminar
  4. o "ao que se sabe" diz bem das certezas. Ponto final neste assunto.

    ResponderEliminar
  5. De facto "A atitude de não comparecer (...) é uma atitude política." Sempre, e não apenas para aqueles de quem o Santiago não gosta.

    ResponderEliminar