quarta-feira, 1 de junho de 2011

ASSÉDIO SEXUAL

O assunto voltou a surgir em força na comunicação, nas redes sociais, nas conversas do quotidiano.


Demissões, prisões, escândalos, carreiras arruinadas. Um nunca mais acabar de histórias e historietas. O cinema é pródigo em cenas de abordagens, bem ou mal sucedidas, em assédios sexuais de todas as formas, cores e feitios. Há um episódio que está, na minha memória, acima de qualquer outro. No filme Vedo nudo/Vejo tudo nu (1969), de Dino Risi (1916-2008), um homem vai a tribunal, acusado de ter violado uma galinha. São atores principais deste extraordinário sketch, Udienza a porte chiuse, Nino Manfredi (1921-2004) e Nerina Montagnani (1897-1993). Não contarei a trama, que serviu de inspiração a Jim Jarmusch (v. aqui). Vejam até ao fim.








Dino Risi foi, durante muitos anos, ofuscado pelos nomes grandes do cinema italiano. O reconhecimento foi tardio: melhor diretor em Itália pelo filme Perfume de Mulher (1974) e Leão de Ouro, pela sua carreira, em Veneza (2002). Muito pouco para um realizador que foi muito mais que um autor de comédias picantes. Como o mostram Perfume de mulher e Alma perdida, rodado em 1977, obras de um cineasta talentoso e de alma meridional. Deixo aqui o mote, que guiava o louco deste último filme: quantas palavras incluem as cinco vogais? E, U, A, I, O.

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