Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.
E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.
Entre o estudo das mãos de Leonardo da Vinci (1452-1519) e o uso das mãos por Isabel Muñoz (n. 1951). Leonardo desenhou com uma mestria poucas vezes igualada na História da Pintura. Isabel Muñoz tem-se dedicado a fotografar o corpo humano. Os corpos dançam na sua objetiva, mesmo quando estão estáticos.
A escolha do poema de Manuel Alegre (n. 1936) era mais ou menos óbvia. Só hesitei, confesso, porque cada vez que leio este soneto ouço os Maranata...
A escolha do poema de Manuel Alegre (n. 1936) era mais ou menos óbvia. Só hesitei, confesso, porque cada vez que leio este soneto ouço os Maranata...
Eu tambem me lembro sempre dos Maranata a cantar este poema de Manuel Alegre, mas nao encontro nenhuma gravacao no YouTube nem em outras paginas... E' pena!
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