segunda-feira, 6 de junho de 2011

A MEDIDA DO TEMPO NAS SOCIEDADES TRADICIONAIS

Se fosse filósofo gostaria de escrever um ensaio - que, com toda a probabilidade, já existe - sobre a perceção do tempo e do espaço nas sociedades tradicionais. Refiro-me ao mundo agrário pré-industrial. A velha piada sobre os alentejanos a quem se pergunta uma distância e, supostamente, respondem "é logo ali" é o reflexo mais evidente daquela realidade.

Uma certa noção do tempo pré-industrial é a que rege a entrada em funções de um novo governo. Entre o ato eleitoral e a tomada de posse vão, com boa vontade, três semanas. No meio de homologações, reuniões, consultas, envios para DR, indigitações, aceitações e convites. Nunca consegui perceber para que serve este longo e pouco útil ritual bizantino, que deixaria Justiniano a torcer-se de inveja.


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