sexta-feira, 22 de julho de 2011

GUADALETE

A data não é clara. Algures no final de Julho de 711. Há 1300 anos. O sítio também não está completamente definido. O significado real da batalha que opôs Rodrigo a Tariq também não. A batalha marcou o início da invasão islâmica da Península Ibérica? Sim e não. O fenómeno de islamização corresponde a uma orientalização que mergulha raízes no Império Romano do Oriente? Sim, mas não só. O que se pode ler sobre este processo? Muita coisa: Pedro Chalmeta e Pierre Guichard. Gabriel Martinez-Gros. Sanchez-Albornoz. Mas também, e apesar de tudo, Ignacio Olagüe e Americo Castro. Regressemos a Dozy. Há respostas seguras? Muito poucas. Mergulhemos então no mundo das villæ e na sua sobrevivência ao longo dos séculos. Tentemos entender os fenómenos de transição.

No ocidente, olhemos para Beja entre os século V e X. Sem decifrar a bela capital pacense e os campos à sua volta não entenderemos nada sobre este processo de mudança. E resistamos à tentação das leituras e interpretações facilitistas que colocam no mesmo plano o Alentejo desses dias e o de hoje, com divisões entre bons e maus, entre opressores e libertadores. O maniqueismo nunca foi bom conselheiro...


O quadro do académico Salvador Martínez Cubells (1845-1914) talvez seja a melhor forma de enquadrar esteticamente o debate. Luzes e sombras, ideias mais ou menos sedimentadas e pouca inovação.

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