Terminou, na passada sexta-feira, a campanha de escavações arqueológicas na alcáçova de Mértola. Refiro o facto por duas razões:
1. Desde 2001 que não participava em trabalhos arqueológicos naquele local;
2. Há muitos anos que não se abria uma nova e significativa frente de trabalho naquele local.
A razão 1 e a razão 2 estão intimamente ligadas. Desde sempre que sustento que os trabalhos na alcáçova são uma das razões de ser do projeto arqueológico na vila e que, independentemente de outras iniciativas, as escavações no antigo bairro islâmico são cruciais para o Campo Arqueológico.
Criado um percurso de visita e aberto o espaço ao público não havia razão válida para protelar o retomar deste processo. Entre meados de julho e dia 26 de agosto realizaram-se escavações na área a sul da casa nº 10. Apesar do ritmo da intervenção ter sido condicionado pela presença da necrópole cristã, a identificação de elementos do urbanismo e do habitat (de 15 casas passámos para 18) da Mértola almóada cria grandes expetativas para a campanha do 2012.
Participaram na escavação alunos da ALSUD e das Universidades de Coimbra, do Porto e do Algarve.
Os trabalhos contaram com um imprescindível e empenhado apoio da Câmara Municipal de Mértola. A forma fácil como tudo se articulou reforçou uma convicção que os anos vão sedimentando: não são, em situações como esta, as questões financeiras que dificultam a realização de iniciativas, mas sim a falta de diálogo e de boa-vontade.
Parabens!
ResponderEliminarse alguma vez na vida tive alguma relação com a arqueologia foi graças a uma experiência longínqua no castelo de moura. inesquecível.
ResponderEliminarlembras-te disso?
abraços
Caríssimo Rui
ResponderEliminarHá coisas que não se esquecem! A escavação teve lugar em junho/julho de 1989. Foi a primeira que dirigi "a solo". E a minha equipa, da qual fazias parte, era maioritariamente constituída por um grupo de heavy-metal, que se encarregava de demonstrações ao vivo no local de trabalho. Uma animação inolvidável.