Era o vagabundo intelectual da vila. E a sua figura mais estimada. Muitas das suas frases eram uma estranha mistura de leituras feitas em tempos, de ideias mais ou menos feitas, de anarquismo puro e duro e de provocações. Ouvi-lo dizer-me "não passas de um intelectual conformista" ou "és um burguês sem o sentido da inovação" eram coisas habituais. Que eram seguidas de gargalhadas estridentes. As dele e as minhas. O Mário Elias ficava sempre um pouco chateado de eu não o levar a sério, convenhamos...
Há uma Casa das Artes em Mértola que tem o seu nome. Mesmo com essa justa homenagem (feita em vida, haja Deus), a verdade é que a vila perde uma das suas figuras mais emblemáticas. E a vila fica, sem dúvida, mais pobre.
Grande Mário! perdemos, quanto a mim, o maior artista livre destas terras; comigo nos ultimos tempos as conversas passavam inevitávelmente, pelo contrato que tenho agora "com os vermes que um dia me irão comer...", gargalhada geral!
ResponderEliminarA vila ficou muito mais pobre.
Morreu o senhor que pintava? Em 2008 quando aí estive fiquei fascinado com a figura. Disseram-me que morava ali mesmo em frente de onde se trabalhava..
ResponderEliminarO Mário dizia-me sempre que eu era a alma gémea dele, apesar de também de me achar um pouco "aburguesada"! De facto, não era fácil interpretar os seus pensamentos, principalmente quando já estavam muito "regados"...
ResponderEliminarVou sentir a tua falta Mário!