quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Ó, MEU DEUS...

Já me tinham comentado o facto. Lido é pior ainda. Um artigo no "Avante!" usa um célebre documento forjado, Os protocolos dos sábios de Sião, para atacar o sistema capitalista. Que se ataque, e com vigor, o capitalismo, e a exploração que lhe está subjacente, parece-me muito bem. Que se usem documentos falsos e relesmente antissemitas é que não pode ser. A menos que as bolas de cristal possam ser consideradas objetos científicos...

11 comentários:

  1. ... uhmmm, ninguém escreve nada ???

    LT

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  2. Não vejo esse artigo no Avante on line. Em que página/secção está?
    Estou curioso em relação a um texto que provoca esta reacção ao SM. E ao
    Manuel António Pina (JN): "Eis um rosto repugnante, o do anti-semitismo, que o PCP deveria ter vergonha em exibir"
    JCL

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  3. http://www.avante.pt/pt/1978/argumentos/116792/

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  4. Quer dizer que os documentos embora forjados, mas que são uma realidade histórica, ou por terem sido citados por Hitler, não podem mais ser referidos sob pena de excomunhão do autor?

    A afirmação de que o texto é anti-semita só pode ser por ignorância (do texto),ou de quem julga que atacar o estado pária e criminoso de Israel é ser-se anti-semita.

    Parece que os sionistas e os anticomunistas são pior que hienas e abutres quanto presentem uma possível "vitima". (esta afirmação não é dirigida a ninguém daqui)

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  5. Comentário breve:

    Não me parece lícito que se use um texto reconhecidamente falso apresentando-o como autêntico.

    Não é o texto de Jorge Messias em si que é antissemita. Mas "os protocolos" foram uma maquinação vergonhosa.

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  6. Santiago Macias o Jorge Messias nunca tentou fazer passar os Protocolos como autênticos quanto à sua autoria, dado que os textos existindo nunca poderão ser falsos, em artigos anteriores no Avante escreve:

    “Neste caso dos Protocolos, o documento era real e as profecias autênticas – reconheceram observadores mais objectivos. Mas tudo fora forjado há poucos anos nos gabinetes da Okrana (os serviços secretos da Rússia czarista), tendo o texto final sido depois aprovado nas sessões de um encontro à porta fechada entre sábios e peritos sionistas e maçons, em Basileia, na Suíça, em 1807.(…) ” J. Messias – 20/09/2011, in Avante!

    Já no inicio deste texto da polémica, Messias refere:

    "A história dos Protocolos poderia, em princípio, parecer um conto de fadas. Mas os quadros dos anúncios que aí se promovem são bem reais."

    Será que o facto de o texto dos Protocolos ter sido utilizado como pretexto para perseguir judeus (muitos deles verdadeiros comunistas), o torna numa coisa que nunca mais deve ser citada, como estória que nunca existiu, ou que deve ser banida? Como se não fosse um dado histórico e ninguém saiba o que lá vem? Parece que na discussão que se gerou há pessoas que defendem que se devia apagar da história certos factos… curioso.

    Quanto a mim o que Messias faz é citar os Protocolos para os comparar com a realidade actual, e afirmar uma conspiração para controlar os destinos da humanidade, cujos “mentores e condutores do processo são os illuminati que repartem ligações entre a Santa Sé, a Maçonaria, o Pentágono e a Wall Street.”

    Será isso anti-semita?

    Quanto muito o texto ataca claramente a hierarquia da Igreja Católica, o poderio militar centrado no Pentágono e o poder financeiro sediado em Wall Street.

    Por último só mais uma coisa, nunca o Avante publicou textos que fossem anti-semitas!

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  7. Se o texto é falso - e isto hoje depois de uma longuíssima discussão - não se percebe como é que um redactor o edita. As teorias da conspiração que sempre foram apanágio da extrema-direita agora aparecerem num jornal sério como o Avante, isso para mim é que é grave. É uma perda de rigor. Aquele mesmo rigor que sempre causou tanta comichão. Quanto à teoria da conspiração... disso há ali à venda no Continente na prateleira ao lado do Paulo Coelho... os Iluminatti, os Templários, a Maçonaria... e essas patacoadas muito giras de ler mas que nem são história nem são politica, porque são conjecturas, não é nada palpável.

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  8. De qualquer maneira deixo aqui "em directo" as declarações do camarada Lenine sobre o anti-semitismo:

    http://www.youtube.com/watch?v=i0ljxQsgUM4


    P.S.: E Karl Marx era judeu (oooooohhh a séééérioo?...).

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  9. Por acaso sempre pensei que Karl Marx fosse comunista, ou materialista dialéctico, mas pronto parece que ser judeu não é propriamente uma religião mas sim uma nacionalidade...

    O que eu não percebo é o que é um texto falso? Um texto existe ou não existe, um texto que foi escrito que tem um conteúdo é uma realidade, é um dado histórico, a sua autoria, como é o caso, é que pode ser posta em causa.

    Por fim, abominar o sionismo não tem nada que ver com os povos semitas, ou com judeus, essa confusão é que é reaccionária, inaceitável e contra os judeus.

    Mais um bocadinho e ainda proíbem o Shakespeare, ou apagam da sua bibliografia certas peças “falsas”.

    Abraço
    António Olaio

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  10. António Olaio:

    A origem de uma etnia não é uma nacionalidade e, neste caso não significa necessariamente que siga a religião judaica, como sabe.

    Achar que ser de origem judaica é uma condicionante ou uma desculpa para algo é que é mau principio.

    Mas uma vez mais, atacar as politicas de Israel e da sua extrema-direita materializada no Likud, não pode nem deve ser nunca confundida como anti-semitismo.

    Cumprimentos
    João Macías

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