É um clássico do cinema e da vida. Em Mogambo, de John Ford, há duas mulheres apaixonadas pelo mesmo homem, um caçador que vivia nos confins de África. Uma delas, porém, era casada com outro homem. Até aí nada de muito novo. A história só ganha interesse quando o filme chega à Espanha franquista. Os censores, que não podiam tolerar uma relação extra-conjugal, transformaram a mulher casada em irmã (!) do caçador. A bronca rebentou depois da estreia. Os dois "irmãos" passavam o tempo a abraçar-se e a beijar-se... A censura transformara o adultério em incesto.
O vírus Mogambo continua por aí à solta. Num dos países mais retrógrados do mundo, a Arábia Saudita, só a partir de hoje é permitido às mulheres venderem lingerie. Ou seja, até à data as mulheres tinham de ir às lojas, cobertas da cabeça aos pés, comprar a sua roupa íntima e discutir o que pretendiam com homens. Não podiam conviver com eles, mas eram "obrigadas" a revelar parte da sua intimidade.
Uma das coisas que mais me diverte é a estupidez ultra-conservadora. Dá sempre resultados interessantes.
No Dubaï assisti num centro comercial a outra situaçao : Um grupo de mulheres cobertas de preto da cabeça aos pés e devidamente acompanhadas por um homem (certamente familiar) entram numa loja de lingerie para fazer compras, sem retirarem as farpelas, enquanto que o homem as esperava fora encostado ao varandim sem nunca as perder de vista.
ResponderEliminarMe aflige acompanhar, tão impotente, essas manifestações de ignorância e desamor. Aqui, em Recife, eu ainda não vi nenhuma mulher vestida assim. Não sei se há pessoas desse pais vivendo aqui. Mas, se houver, devem sofrer um bocado.
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