segunda-feira, 9 de abril de 2012

"DIGA SEMPRE BOM DIA AOS INDÍGENAS!"

Aconteceu-me há uma hora atrás. Uma vez mais. Ao descer a rua prof. Batista da Graça, no centro histórico de Mértola, fui saudado com um sonoro "bom dia!", pronunciado, quase sem sotaque, por um turista nórdico. É muito frequente que isso aconteça. Não sei ler sueco, nem neerlandês, nem alemão. Mas imagino que nos guias para turistas - que os nórdicos lerão de forma metódica - deve estar escrito algo como "O sul de Portugal é um sítio ameno e seguro. Não há notícias de atos de canibalismo desde, pelo menos, os tempos de Viriato. Os nativos são gentis, fazem bom artesanato e, regra geral, cantam bem. São prestáveis e gostam que gostem deles. Diga sempre bom dia aos nativos. Não só para os manter calmos mas, sobretudo, porque lá no sul eles adoram a comunicação verbal".

Não desapontei o casal nórdico. Respondi "bom dia, como estão?" e sorri muito. Porque gosto de falar às pessoas e para eles não darem por mal empregues os euros que deram pelo Rough Guide ou pelo Lonely Planet. Temos que ser uns pelos outros.

O Alentejo típico num bilhete postal dos anos 60.

5 comentários:

  1. Esa é a atitude que se espera dos residentes num destino turístico, todos sem excepção. Não vale a pena criar destinos ou produtos turísticos se as populaçºoes não forem envolvidas nos processos. As pessoas têm que deixar de ver os turistas apenas como "indiginas" que vão ver uns cacos velhos e uma igreja antiga e de passagem vão almoçar ao restaurante x ou y, e tudo isto é visto com um distanciamento incrivel. É preciso que os organismos com responsabilidades na matéria tratem desta questão com urgñcia. esta e outras.

    Luís Amor

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  2. ... mais azar tem a s cobras na Praça Jamal-el-Fnaa, sorte tem o dono...
    pode ser que nos queiram tirar umas fotos à cobrança, isso é que era!

    João Pedro

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  3. Luis está certissimo quando diz que é preciso mais informação e educação para as pessoas desde a escola primária até sempre.
    Na rádio francesa(computador) está tocando uma música muito interessante. O refrão diz assim (se me lembro como se escreve...): "Mon pays/ C'est toi/
    Et ma terre/ Est sous tes pas/ Mon pays / C'est là/ Où tu vis/ Là où tu vas".
    Uma visão romântica para o turismo. Somos diferentes e por isso temos muito o que oferecer uns aos outros sempre com respeito e muito amor.

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  4. Não vamos pensar que somos únicos a comunicar com quem nos visita, deveria ser o comportamento de todos

    em Londres, uma senhora inglesa que nos viu meio desorientados com um mapa na mão, ela própria tomou a iniciativa, e veio perguntar o que procuravamos, e quando dissemos o que era, foi connosco até à próxima rua.

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  5. Não somos, de facto, os únicos a comunicar. Felizmente. E há gente simpática nos quatro cantos do mundo. Mas a experiência tem-me permitido constatar que é nos países do Mediterrâneo e do Médio Oriente que encontramos gente mais disponível.

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