Com alguma surpresa, soube ontem que o autor mais castigado pela censura fascista foi o humorista José Vilhena (n. 1927), com 29 (!) livros apreendidos. Nem marxistas, nem neo-realistas, nada disso. Mas sim um autor dado a livros espalhafatosos, pouco convencionais e provocatórios. Onde o regime fascista era ridicularizado, sem dó nem piedade. Foi, por isso, várias vezes detido. Pior ainda, Vilhena divertia-se a satirizar o clero, de forma impiedosa e ácida. Coisa que um regime beato e sisudo não lhe perdoava. Diga-se, aliás, que o humor nunca foi o ponto forte das ditaduras.
Nunca foi "bem" gostar de José Vilhena. Mais um ponto em meu desabono: acho imensa graça ao estilo pouco delicado e a traço grosso de Vilhena. Ainda andam pelas minhas estantes exemplares de As misses, As noites quentes do cruzado D. Egas e A vaca borralheira. Um certo Portugal dos anos 50 e 60 passa por ali...
Rui Zink escolheu-o como tema para a sua tese de mestrado em Literatura e Cultura Portuguesas na UNL, em 1989. Ainda bem.
Montagem no livro As noites quentes do cruzado D. Egas (1973)
Ate que enfim alguem desafia esse certo gosto de nao ser bem! Parabens! Mais vale tarde ... Sao perolas de uma certa visao da ditadura... Concordo contigo!
ResponderEliminarLembro-me da Vaca Borralheira : ))) As piquenas tinham umas mamas de fazer inveja a muitas com silicone e uns valentes par de nádegas...os sonhos dos homens nao mudaram de um milimetro ; )
ResponderEliminarwww.vilhena.me
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