Teve lugar, ontem ao fim da tarde, um encontro promovido pelos alunos da licenciatura em arqueologia. Procuram respostas. Sobre o futuro, sobre a profissão, sobre a sociedade. Convocaram professores e investigadores da casa para falarem dos percursos de vida e das perspetivas de um futuro que a todos escapa. A troca de impressões prolongou-se por três horas. Um tempo que dei por bem empregue.
Não creio que o meu errático e anárquico percurso seja exemplo. Ou que os tenha ajudado. Revi várias vezes, no longo regresso a Mértola, o essencial do que lhe tentei dizer:
1. Esta geração de alunos tem uma preparação técnica de base claramente superior à minha;
2. O problema que se depara aos jovens arqueólogos não é técnico, é político, ou de enquadramento político;
3. A massificação do ensino, incluindo ao nível superior, tornou impossível a garantia de pleno emprego aos jovens licenciados, nas áreas em que são formados;
4. Impera no setor uma lei da selva (com uma abjeta exploração de jovens arqueólogos por parte de alguns empresários sem escrúpulos) que é preciso combater, através do sindicato, ou da ordem, ou das associações, ou de qualquer outra forma;
5. Pior ainda, a supressão de lugares no Estado, e uma estúpida e analfabeta burocratização, tornam difícil um controle que deveria ser muito mais apertado;
6. É necessária mais ousadia e menos acomodamento por parte de uma geração (a deles) que cresceu num mundo fofo e despreocupado;
7. A pressão social em breve se tornará intolerável. Nessa altura, coisas interessantes, dos pontos de vista social e político, começarão a acontecer.
Não creio que o meu errático e anárquico percurso seja exemplo. Ou que os tenha ajudado. Revi várias vezes, no longo regresso a Mértola, o essencial do que lhe tentei dizer:
1. Esta geração de alunos tem uma preparação técnica de base claramente superior à minha;
2. O problema que se depara aos jovens arqueólogos não é técnico, é político, ou de enquadramento político;
3. A massificação do ensino, incluindo ao nível superior, tornou impossível a garantia de pleno emprego aos jovens licenciados, nas áreas em que são formados;
4. Impera no setor uma lei da selva (com uma abjeta exploração de jovens arqueólogos por parte de alguns empresários sem escrúpulos) que é preciso combater, através do sindicato, ou da ordem, ou das associações, ou de qualquer outra forma;
5. Pior ainda, a supressão de lugares no Estado, e uma estúpida e analfabeta burocratização, tornam difícil um controle que deveria ser muito mais apertado;
6. É necessária mais ousadia e menos acomodamento por parte de uma geração (a deles) que cresceu num mundo fofo e despreocupado;
7. A pressão social em breve se tornará intolerável. Nessa altura, coisas interessantes, dos pontos de vista social e político, começarão a acontecer.
Penso que é positivo que haja discussões e que se procurem respostas!
ResponderEliminaracontecia nos anos 70, mais sobre as politicas direita/esquerda, quando muitos queriam mudar o mundo
depois parece que houve uma pausa nos jovens relativamente à discussão
Angela
Sábias palavras. Linda fotografia.
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