Os anos 70 foram uma época de inexcedível mau gosto. Não sei o que foi pior: os Bee Gees? os sofás brancos? as calças à boca de sino? os penteados? os sapatos de homem de tacão alto? as mariconeras, que ganharam no Comité Central do PCP um verdadeiro nicho de mercado? A diversidade de escolha é imensa. Recordo, a nível doméstico, um verdadeiro cume do kitsch: as cores berrantes usadas no interior das casas. Na minha, em Queluz, a paleta era alargada: púrpura no átrio de entrada, azul ferrete na sala, verde água num dos quartos, camurça no outro. Ou seja, a dietilamida de ácido lisérgico em versão DYRUP. Tout va avec, a alcatifa era azul petróleo.
A dada altura, em 1973 ou 1974, o João tomou-se de amores pelas pinturas de um angolano, que enxameavam as paredes das casas dos amigos, cuja atividade profissional os levava amiúde a Luanda. Eram imagens de pores do sol ou de queimadas, num amarelo e vermelho de fazer doer a vista. O João olhou um dos quadros, emitiu um parecer técnico "eh, pá, tá bestial! como é que o gajo faz isto?" e encomendou uma tela. Chegou semanas mais tarde, com a assinatura "António Zinga" em cursivo. Ficou na sala, sobre o azul ferrete da parede.
Na net não há vestígios de António Zinga. Aqui fica algo semelhante à sua arte. O original deve ter-se perdido numa das várias mudanças. Ou talvez não. Há sempre o risco deste fantasmas emergirem, quando menos se espera.
Santiago,os Bee Gees eram legais. as letras não sei, mas o som é gostoso.Quanto a moda nunca segui. Sempre usei calça indigo e camiseta. (naquele tempo me permitia) hoje uso o clássico tailleur. As cores..., enquanto sua casa era colorida a minha era e é branca. Toda ela sempre foi branca,azulejos e cerãmicas. A cor vem dos móveis , cortinas , tapetes e alguns quadros. De 1970, temos um relógio que ainda funciona.Damos corda a cada sete dias. Ele marca as horas com uma música. Sempre ouvi este relógio.Lá se vão uns quarenta anos. Foi uma época boa, agitada, mas legal.
ResponderEliminarO quadro é bonito. O outro deveria ser também. As coisas não eram tão feias assim.Cada época tem seu encanto.
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ResponderEliminarpor acaso tenho um quadro assindo por esse artista que data de 1972 (angola), gostaria de saber mais informaçoes sobre autor e obra, aguardo resposta. obrigado.
ResponderEliminarCaro Carlos Alberto Azevedo Antunes
ResponderEliminarA data coincide com o quadro que existia em casa dos meus pais. Também eu gostaria, sinceramente, de ter mais informações sobre esse pintor. Mas tudo o que sei se resume à data dos quadros e ao facto deles serem comprados em Luanda.
muito obrigado, assim que tiver mais informaçoes gostaria que me informasse eu farei o mesmo. ate breve.
ResponderEliminarOla eu tenho um quadro que esse que falam ± acima e abaixo queimada e é lindo eu gostava de saber mais informações se possível a data do mesmo e ass; Antonio zinga 1974 angola.
ResponderEliminarObrigado pela atenção meu mail.
Ricardo.mrls@gmail.com
у меня есть его картина она в продаже https://auction.violity.com/70133722-afrikanskij-motiv-antonio-zinga-1971-god-angola
ResponderEliminarДоброго вечера всем форумчанам, у меня есть картина этого художника, она в продаже https://auction.violity.com/70133722-afrikanskij-motiv-antonio-zinga-1971-god-angola
ResponderEliminartenho um quadro assinado por esse autor de 1963 comprado em Luanda em 1964
ResponderEliminarI also happen to have a painting by this painter I think.
ResponderEliminarThe signature is: "Ant. Zinga"
The painting is an African village scene, so it matches the story, it must be Angolan.
I found the painting in a quinta I bought in Portugal, and it does look around 40-50 years old!
Nandor, he painted in the sixties, early seventies, selling his works to portuguese soldiers, who wanted to bring souvenirs from Angola.
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