quarta-feira, 9 de maio de 2012

A DIRETORA REGIONAL DA EDUCAÇÃO

Aconteceu há poucas horas, na Corte do Pinto (concelho de Mértola). Houve uma reunião entre pais e encarregados de educação, professores, responsáveis autáquicos (Câmara e Junta) e os delegados do Governo da Pátria, neste caso representado pela Diretora Regional da Educação.

O que ali se passou foi-me narrado, de forma circunstanciada, por uma das participantes no encontro. Foi o esquema do costume: o anúncio do encerramento de mais uma escola, com os argumentos do costume (a racionalização, a eficácia etc. etc.) e sem ter em conta as especificidades de cada sítio e os problemas de cada local. Faz-me sempre imensa confusão o papel destes serventuários que vão desempenhar um qualquer lugar apenas para cumprir uma agenda negativa. É preciso poupar, dizem a troika, os mercados e o prof. Gaspar. E os serventuários assim fazem, por opção própria.

Um momento da reunião define o estilo da Senhora Diretora Regional. Ao ser questionada pelos pais dos miúdos, virou-se para um deles e perguntou: "qual é a sua profissão?". "Pedreiro", respondeu o interpelado. Ao que a senhora esclareceu "Pois, eu de obras não entendo nada. Eu sei é de pedagogia".

Quando alguém tem de se colocar no pedestal dos títulos e de supostas sapiências para esmagar interlocutores está tudo explicado. Temos Diretora. Que é Regional. Já nisso da Educação tenho as minhas dúvidas.

A senhora chama-se Maria Reina Martin. Já em Moura tinha deixado um lindo cartão de visita.
 

Em Installation (Place publique d'intérieur), Philippe Ramette põe uma rapariguinha de bronze a subir para um pedestal, para dessa forma "ser" estátua.

5 comentários:

  1. Fechar uma escola é economizar?

    A Diretora trabalha pra quem? Para pedagogos?

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  2. Claro! Pedreiro é pedreiro, só percebe de pedras. Agoara de pessoas e de educação percebe a senhora!. Claro!
    Vai anónimo porque...nunca se sabe!!!!!!!!!

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  3. Há em Potugal uma escola que,para nós, é um sonho. Em nossas reuniões sempre nos referimos a ela. Gostaríamos que houvesse uma igual em cada cidade brasileira. Trata-se da Escola da Ponte-Porto (EBI/Aves-São Tomé de Negreiros) dessa escola disse Rubem Alves:
    "Contei sobre a escola com que sempre sonhei, sem imaginar que pudesse existir. Mas existia, em Portugal...Quando a vi, fiquei alegre e repeti, para ela, o que Fernando Pessoa havia dito para uma mulher amada: 'Quando te vi, amei-te já muito antes...' "
    Portanto, Escolas se abrem. Jamais se fecham. Escola é prioridade. Mas...que sei eu? Sou apenas uma professora,eventualmente pedagoga,e agora confusa. Se fecharem as escolas, para que terá valido todo o esforço da minha minha vida? E todas as horas que dediquei ao estudo do ensinar e tudo o que aprendi com o aprendiz?
    Que será feito daquele que quer aprender sobre as coisas do seu tempo? É mesmo preciso fechar ecolas? Tem certeza?

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  4. Mas parece que os pedreiros e outro pessoal da área tem trabalhado muito para o ME, com contas e objectivos muito duvidosos, é certo, mas e também... Será que uma directora regional percebe de pedagogia ou de gestão e politiquices?
    Um pedreiro sempre pode perceber de calhaus com olhos...

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  5. Eu também conheço a pedagogia da senhora. Vai anónimo, porque sou da mesma firma.

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