quarta-feira, 23 de maio de 2012

O 112 E A ECONOMIA SOVIÉTICA

O episódio tem uns 15 anos e ocorreu durante um jantar de apresentação do candidato da CDU, algures no Alentejo. A meio do jantar faltou o pão. O candidato, homem expedito, puxou de lado o outro candidato, o da Assembleia Municipal, e decidiu: "temos de resolver isto". E foram arranjar pão, fora de horas. A tarefa foi coroada de sucesso, no meio de algumas peripécias. A páginas tantas, comentou o bem-humorado candidato para o seu colega e amigo: "a economia soviética é isto; está tudo organizado, mas depois não há comida".

A que propósito vem esta historieta? É que o 112 é um pouco assim. Sobra em organização ao sistema o que lhe falta em eficácia. Um homem caiu hoje, numa rua de Mértola. Um jovem que vai a passar liga para o 112 e relata o sucedido. Os minutos passam. Chega uma moradora, que liga para o comandante dos bombeiros. O qual informa desconhecer a situação, porque não chegara nenhuma indicação nesse sentido. Passam uns bons 20 minutos entre o acidente e a chegada do carro do INEM (o local onde este tem a base dista uns 300 metros do local da ocorrência). Todas as comunicações tinham sido estabelecidas e todas as autorizações dadas. Podemos morrer, mas ao menos morremos organizadamente.

Para que não fiquem dúvidas: não são o esforço, dedicação e competência dos Bombeiros que estão em causa. Do resto (burocracia, sistemas de comunicação etc.) não vale a pena falar. Com exemplos destes, está tudo dito.

  
Um 112 a todo o vapor

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