sexta-feira, 20 de julho de 2012

A AMNÉSIA LAVA MAIS BRANCO

O falecimento de José Hermano Saraiva, antigo ministro e antigo embaixador do fascismo, veio contribuir para o branqueamento do regime anterior ao 25 de abril.

O conhecido comunicador e divulgador da História mereceu a Pedro Passos Coelho este fantástico testemunho:

"Era uma personalidade muito especial da (...) nossa história. (...) foi uma personalidade que teve um percurso cívico extraordinário"

Extraodinário, sem dúvida. Os estudantes que foram alvo da repressão durante a crise académica de 1969 podem testemunhar a sua extraordinariedade.

Que descanse em paz. Mas que não se aproveite a sua popularidade de divulgador televisivo para, uma vez mais, se tentar fazer esquecer o fascismo.


3 comentários:

  1. É o politicamente correcto em toda a sua plenitude.

    Em vida era o "inventor", o "criativo", a "seca"... Zero referências ao seu trabalho de investigador, tal não era o rigor da sua História. Ok, os miúdos do secundário costumavam citá-lo no tempo em que faziam trabalhos e as bibliografias eram mais do que "pesquisei no google".

    É como diz o povo, se queres ser bom... morre ou vai-te.

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  2. Um ministro de Salazar, coerente até à morte com a sua admiração a tal personagem, poderá ser respeitável... Mas FOI um ministro de Salazar e as suas acções enquanto tal não podem ser «justificadas» pela sua capacidade comunicacional, nem tal fará qualquer sentido. Essa também a terão os vendedores da banha-da-cobra e nem por isso são tão exaltados.
    As suas «historinhas» da História, por outro lado, estão muito longe de merecerem o aval de investigadores sérios e creditados, pouco mais sendo, então, do que isso mesmo: historinhas.
    Mas os estudantes da Coimbra de 1969 não foram reprimidos com «historinhas», mas com violentíssimas cargas policiais, muito às ordens desta tão aparentemente inefável criatura.
    Enfim, uma vida que passou e se cumpriu. Não muito mais do que isso.

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