Recordações do mundo maravilhoso dos colóquios e dos congressos:
Foi há uns anos, num encontro de arqueologia. Um especialista fazia uma intervenção sobre hieróglifos. Com mal disfarçada satisfação, e com nítido talento artístico, desenhava e dava pormenorizadas explicações sobre os símbolos de uma determinada inscrição. A comunicação alongava-se, para evidente e crescente impaciência da moderadora, uma colega com tanto de competente como de intempestiva. Às tantas, e depois de um primeiro aviso de que o tempo se esgotara, resolveu interromper a apresentação, perguntando "olha lá pá, vais concluir ou pensas ficar aí o resto da tarde a desenhar passarinhos?".
Do meu lugar no público enfiei-me cadeira abaixo, como se fosse comigo, e vi uma espécie de película de gelo cobrir a face do arqueólogo. O resto da comunicação não terá demorado mais de 15 segundos.
Já desenhei passarinhos desses num desenho alusivo aos Iron Maiden a propósito do album Powerslave de 1984. Deu até para inventar uns quantos que passam desapercebidos no meu dos outros.
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