sexta-feira, 16 de novembro de 2012

CHIEN AU MEUNIER

Almas sensíveis, abstenham-se.

A história é verdadeira e foi-me relatada por um dos protagonistas. Passou-se na década de 80, durante a deslocação de uma representação de uma antiga colónia portuguesa à Coreia do Norte. Informado que um dos pratos do país era a carne de cão, um dos participantes virou-se para o outro e declarou "juro que não vou comer cão! dê por onde der". Assim foi, de facto, para enorme embaraço do seu companheiro de viagem. Insensível às amplas liberdades gastronómicas, arranjou uma forma expedita de não comer o que não queria. Apesar de não dizer uma palavra de coreano. Em cada refeição, oficial ou não, sempre que lhe punham o prato à frente, apontava o que lhe serviam e latia, bem alto, para o seu anfitrião: "au? au?". Os visados sorriam, orientalmente impávidos. E abanavam a cabeça, para sossego do homem.

Chien au meunier? Os da fotografia têm um ar assim mais croustillant, como os leitões. Mas confesso que a experiência não me tenta. Para já, basta-me um jantar de carne de macaco, ocorrido há dois anos e tal... 

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