Podia ter sido um mau momento. Um arroubo de entusiasmo ante as câmaras da tv. Não foi. Aquilo é programático. Está nos genes de Isabel Jonet. Agora, em entrevista ao i veio dizer que "na acepção de São Paulo, caridade é amor, é espírito de serviço, é o
outro precisar de nós sem que nós precisemos do outro e portanto levamos
o que ele precisa e não o que nós queremos levar. A solidariedade é
algo mais frio que incumbe ao Estado e que não tem que ver com amor, mas
sim com direito adquiridos."
A explicação de Isabel Jonet é de uma meridiana clareza. E entende-se, com toda a clareza, que os únicos direitos adquiridos são os da sua classe social. Leiam-se os pertinentes comentários de José Pacheco Pereira e de João Cardoso Rosas. O único comentário às avessas veio de Vasco Pulido Valente, que é, sempre, do contra.
Declaração de interesses: contribuimos para o Banco Alimentar contra a Fome. Só não damos para os peditórios ideológicos de Isabel Jonet.
A parábola do fariseu, num mosaico da basílica de Santo Apolinário, o Novo (Ravena) - início do século VI
"La caridad es humillante porque se ejerce verticalmente y desde arriba; la solidaridad es horizontal e implica respetuo mutuo."
ResponderEliminarEduardo Galeano
Inteiramente de acordo. Só não percebo por que é que se aceitou liminarmente que a solidariedade era uma questão de estado. Não haverá solidariedade civil?
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